Nem sempre é fácil manter uma rotina alimentar saudável, principalmente quando se tem hábitos ruins arraigados há mais tempo, às vezes por toda a família. É válido pensar, porém, que muitas vezes a simples mudança de rotina alimentar pode significar mais qualidade de vida, além de evitar doenças. Mudar hábitos não precisa ser algo penoso ou algo que traga sofrimento.
A nutricionista montenegrina Camila Kleber de Oliveira, especialista em Nutrição Clínica, lembra que, para quem não tem boas condutas alimentares, é preciso fazer mudanças para evitar complicações que aparecem com o tempo e resultam em uma menor expectativa de vida. Para isso, ter uma relação saudável com os alimentos, não necessariamente restritiva, é extremamente importante para se ter saúde. Camila destaca que a chave está no equilíbrio e na integração da alimentação a outros hábitos saudáveis no dia a dia. “Ao contrário das dietas restritivas, o primeiro passo para iniciar de forma natural e duradoura é não passar fome. A sensação de escassez de comida não ajuda, ao contrário, pode até gerar um descontrole nas refeições”, acrescenta.
Para iniciar uma alimentação mais equilibrada, é necessário ter comprometimento com as mudanças propostas e gradativamente ir adquirindo hábitos mais saudáveis. As duas coisas devem andar lado a lado para promoção da saúde. Segundo Camila, procurar por um nutricionista pode facilitar muito esse processo, pois esse profissional especializado irá elaborar um plano alimentar com todas as recomendações diárias de micro e macro nutrientes, de acordo com a rotina, o estilo de vida e as preferências alimentares do paciente. Ainda, realiza o acompanhamento até que se atinjam os objetivos.
O emagrecimento, razão que leva grande parte dos pacientes ao consultório nutricional, não deve ser a única ou a principal preocupação a respeito da alimentação. O alimento deve ser encarado como fonte de saúde e prevenção contra doenças. Ter um peso adequado será, portanto, consequência da melhora da qualidade da alimentação e da adoção de hábitos mais saudáveis. “Priorize sempre a saúde, sem restrições severas, pois além de carências nutricionais, o ato de diminuir radicalmente a quantidade de calorias do dia para a noite pode desencadear questões que levam à compulsão alimentar”, ressalta.
Descascar mais, desembalar menos
Bons hábitos, aliados a uma alimentação rica e controlada são peças fundamentais. A reeducação alimentar passa por fazer da alimentação saudável um hábito, devendo ser incorporado como parte da sua rotina. É preciso investir nos alimentos in natura, evitar os refinados, processados e ultra processados, além de doces, açúcares e frituras. A regra não muda. O ideal é consumir alimentos que aceleram o metabolismo, trazem sensação de saciedade, combatem retenção de líquidos e melhoram o funcionamento do intestino.
Como exemplo, os carboidratos complexos, que são alimentos ricos em fibras, como o arroz integral, batata doce, aipim, sementes, proteínas magras como frango, peixe, ovos, frutas, verduras e legumes. “As pessoas devem descascar mais e desembalar menos. Além disso, manter uma hidratação adequada, sono de qualidade e prática de atividade física regular é fundamental na busca de qualidade de vida”, salienta Camila Kleber de Oliveira.
A nutrição tem papel fundamental no corpo humano, pois dificilmente o resultado é satisfatório para aqueles que seguem dietas milagrosas ou fórmulas prontas. “Pior do que isso, na maioria das vezes, as pessoas se privam de vários alimentos, sofrem com as dietas e ainda colocam a saúde em risco”, destaca Camila.
Algumas dicas podem fazer a diferença em sua alimentação, refletindo diretamente na sua saúde. Além de evitar o consumo dos alimentos ricos em calorias, industrializados, gordurosos e salgados, você deve aumentar o consumo de frutas, verduras, legumes, cereais integrais e feijões. Beba bastante água; reduza ou evite o consumo de bebidas alcoólicas e o uso do cigarro; faça exames preventivos e consulte sempre o seu médico; faça exercícios regulares após avaliação médica e durma pelo menos oito horas por dia.