Rodovias estaduais pelo Vale: motoristas reclamam e Daer promete

Prejuízos. RSC-287 ainda é a pior; 411 é a mesma de sempre e 124 é a novidade negativa

É recorrente a reportagem do Ibiá relatar o péssimo estado de conservação das rodovias estaduais que cruzam o Vale do Caí. E para o cidadão se torna desanimador pagar seus impostos e não ter segurança. Enquanto a obra das rótulas de acesso a Montenegro pela RSC-287 já ultrapassa os 25%, o restante desta de uma das principais vias regionais continua causando prejuízos. O mesmo cenário se repete nas RS’s 124 e 411, acessos aos municípios de Pareci Novo, Maratá e Brochier.

Como é de costume, a pauta foi reacendida por cidadãos. Mas desta vez as manifestações ultrapassam a insatisfação, relatando perdas e riscos. “Semana passada passei dentro de um buraco que cortou a lateral do meu pneu”, relatou a professora Julie Amanda Alff Ramires, a respeito da RSC-287, na comunidade de Muda Boi.

A condutora de 25 anos ainda se considera com sorte por ter encontrando uma borracharia no trecho. Como mora em Triunfo e diariamente vem lecionar em Montenegro, Julie pode classificar a 287 como “muito perigosa”. “Às vezes não é possível desviar dos buracos na pista por conta dos horários de movimento… Quase toda semana tem uma novidade desagradável, principalmente após as chuvas”, descreve.

Sua colega Roberta Araújo arcou com R$ 300,00 após entortar uma das rodas do carro em cratera, também no Muda Boi. Ao menos ela conseguiu rodar até sua casa, em Taquari. “Estamos destruindo nossos carros, além de arriscarmos nossa vida nas estradas”, afirma a professora, que também vem diariamente trabalhar em Montenegro. O temor é ampliado pela falta de sinalização e de acostamento, além dos pontos onde a água da chuva acumula. Um caos que cria o risco de desvio ou redução brusca resultarem em colisão ou capotagem.

ERS-124, estrada do Polo, mostra desgaste avançado

Trabalhadora pensa no flagelo que todos cidadãos enfrentam
A pauta surgiu do relato de outra docente que cumpre sua missão em Montenegro. Rosane da Rosa Pacheco afirma que o péssimo estado de conservação inicia no trevo da RSC-287 com a BR-386. E ela deixou transparecer um lamento por todos com quem divide o trecho de segunda a sexta-feira, ao relatar que automóveis e motos vem “batendo” pelo caminho. “Fazem uma operação tapa-buraco que é fininha”, descreve. A reportagem constatou que, de fato, os últimos consertos feitos pelo Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) também estão arruinados.

Ao menos a moradora de Tabaí ainda não quebrou seu veículo. No entanto, percebe claramente o rápido desgaste dos pneus. Esse mesmo estrago sentiu no sistema de suspensão, com um gasto de R$ 170,00 na troca de pivôs. “É um acesso para Montenegro e é uma vergonha”, declara Rosane. Ela apela que os políticos locais peçam providências do Governo do Estado, com a devida atenção ao Vale.

ERS-411 tem os mesmo problemas de um passado recente

Promessa para este semestre
O Daer enviou ao Jornal Ibiá uma resposta protocolar, em forma de nota, informando que está renovando o contrato de conservação de rodovias da 11ª Superintendência Regional de Lajeado. A autarquia lembrou a respeito da manutenção realizada na ERS-124 no primeiro semestre, com “remendos localizados e reperfilagem, serviço que poderá ser realizado novamente conforme as condições da estrada”.

No entanto, o trecho descrito diz respeito a ligação entre Pareci e São Sebastião do Caí. Os problemas na 124 agora estão concentrados no braço entre Montenegro e o Polo Petroquímico de Triunfo. Antes apontada como exemplo de obra bem feita, a via construída durante o Projeto Cura, para implantação da Planta Petroquímica, revela sinais do tempo. Rachaduras de lado a lado se transformam em buracos. O afundamento do piso nas cabeceiras das pontes resultam em solavancos.

Já em relação a RSC-287 e a ERS-411, o Daer promete que as melhorias no pavimento devem ocorrer ainda neste segundo semestre de 2022. “Cabe ressaltar que, enquanto a recuperação não inicia, são realizadas vistorias periódicas e programados reparos emergenciais a fim de atuar nos trechos críticos das estradas”, finaliza a nota.

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