Reunião entre Amvarc e governo do Estado discute a concessão das rodovias

Secretário admitiu a possibilidade de modificação dos locais das novas praças de pedágio

Uma reunião virtual entre a Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc) e o governo do Estado na última quarta-feira, 23, marcou o primeiro encontro coletivo para discussão da concessão das rodovias da região. Participaram prefeitos da região, além do secretário extraordinário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto, e do o diretor do Departamento de Parcerias Público-Privadas do Estado, Rafael Ramos.

Busatto apresentou aos prefeitos a atual proposta de concessão das rodovias do Vale do Caí, que fazem parte do Bloco 3. Com a concessão das estradas da região está previsto como investimento obrigatório por parte da concessionária – nos 30 anos de concessão – a construção de 12 passarelas, 48 interseções, 26,98 km de terceiras faixas e 0,60 km de marginais. Também há previsão de construção de 170,19 km de acostamento, 1,82 km de correção de traçado, 27 adequações de acessos e a duplicação de 116,45 km.

A justificativa do governo é que é necessário conceder as rodovias à iniciativa privada porque o Estado não possui recursos para realizar os investimentos necessários. “Os recursos que estão sendo colocados para investimento por parte do Estado são advindos da venda da CEEE, mas nos próximos anos não haverá esses recursos, por isso a concessão”, destacou Busatto.

Do lado dos prefeitos, a principal demanda apresentada foi com relação à localização das praças de pedágio. O Prefeito de Bom Princípio, Fábio Persch, destacou que as melhorias que as rodovias da região receberão com a concessão são importantes, desde que não prejudiquem a população.

O prefeito de São Sebastião do Caí, Julio Campani, também se manifestou contrário à instalação do pedágio no Km 22,5 da ERS-122, em Bom Princípio. “Não pode ser inobservado o prejuízo que seria para as comunidades aqui. Tanto pela questão do ir e vir quanto pelos custos apresentados, que trariam enormes problemas”, destacou Campani.

Do lado de Montenegro o debate girou em torno da RSC-287. O Prefeito Gustavo Zanatta se manifestou contrário à instalação do pedágio no município. “O posicionamento no primeiro momento é contrário, já temos um pedágio na 386”, destacou. Zanatta ressaltou ainda que o local proposto pelo Estado para instalação da praça de pedágio, no Km 12,6 da RSC-287, irá trazer prejuízos à comunidade de Muda Boi, que teria que pagar toda a vez que viesse ao Centro da cidade.

Outro tema abordado pelo Prefeito de Montenegro foram as rótulas que a Prefeitura pretende construir na RSC-287, entre os cruzamentos com as ruas Ramiro Barcelos e Coronel Antônio Inácio. Zanatta reafirmou que a Administração Municipal irá seguir com o projeto e destacou que a comunidade não pode esperar mais sete anos até que o problema seja solucionado, pois o que está em jogo é a segurança das pessoas que atravessam diariamente a rodovia. O prefeito ainda ressaltou que espera que o governo do Estado faça a compensação do valor gasto pelo município na construção das rótulas. “Gostaríamos do compromisso de que o Estado possa assumir a possibilidade desta compensação”, afirmou Zanatta.

Modificação dos locais é discutida
Após ouvir a manifestação dos prefeitos, o secretário extraordinário de Parcerias do Estado, Leonardo Busatto, afirmou que os locais das praças de pedágio podem ser modificados. No entanto, ressaltou que não há possibilidade de não serem construídas na ERS-122 e na RSC-287. Uma próxima reunião, desta vez presencial, está prevista para acontecer na próxima semana entre os prefeitos da região e representantes do governo do Estado para tratar sobre o tema.

Participaram da reunião os prefeitos de Montenegro e Bom Princípio. foto: divulgação/Famurs

Na Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Montenegro dessa quarta-feira, 23, o vereador Ari Muller relatou que esteve com técnicos do governo municipal avaliando um novo local para a instalação da praça de pedágio na RSC-287. Segundo Muller, o melhor local constado foi após a ponte sobre o Arroio do Gil, na divisa entre Montenegro e Triunfo. “A sugestão deles é que seja ali no Passo do Gil, depois da ponte, onde à direita é Montenegro e à esquerda Triunfo. Não mudaria em nada para Montenegro em termos de arrecadação”, destacou.

Municípios relatam falta de informações do Estado em projeto de implantação dos pedágios durante reunião
A Famurs também realizou uma reunião nesta quarta-feira, 23, com prefeitos dos municípios que abrangem o plano de concessão de rodovias estaduais. Durante o encontro, os gestores manifestaram que não receberam detalhamentos do projeto e entendem que ainda faltam informações mais claras sobre a criação e manutenção de novos pedágios.

Para o presidente da Famurs, Maneco Hassen, a reunião serviu para constatar que os prefeitos necessitam de um maior detalhamento do projeto de implantação dos pedágios. “Este é um tema que exige muita responsabilidade. Durante o nosso diálogo com os colegas prefeitos constatamos que ainda faltam informações aos prefeitos por parte do governo do Estado. Por isso, vamos solicitar uma reunião presencial com os secretários do governo responsáveis pelo projeto juntamente com municípios impactados pelos pedágios”, ressaltou Maneco.

Ao final do encontro, os prefeitos alinharam com a Famurs uma lista de reinvindicações para ser enviada ao governo do Estado, como a possibilidade de pedido de isenção para os moradores que possuem suas residências nas proximidades dos pedágios e insatisfação com o valor da outorga. Da região do Vale do Caí participaram do encontro os prefeitos de Montenegro e Bom Princípio.

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