Projeto de extensão da BR-448 não tem previsão de novo edital

Traçado prometido em 2013 ainda está na elaboração de estudo de viabilidade

Cinco dias antes do Natal de 2013 a então presidente Dilma Rousseff entregou as obras da BR-448, a Rodovia do Parque, que liga Sapucaia do Sul a Porto Alegre. No mesmo dia, ela fez uma promessa que animou aos gaúchos: disse que estava em andamento o estudo de viabilidade técnica e ambiental para a extensão da via até Estância Velha, passando por Nova Santa Rita e Portão, totalizando 32 quilômetros de rodovia que ligariam o Vale do Caí e o Vale dos Sinos diretamente à Capital e desafogaria a BR-116. “O edital para execução da obra deve ser lançado até a metade de 2014”, garantiu na época.

Porém, quase três anos se passaram e ainda estamos na mesma etapa. De acordo com a Superintendência Regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes no Rio Grande do Sul (Dnit/RS), o acordão 1884/2016 do Tribunal de Contas da União (TCU) tornou obrigatória a elaboração dos Estudos de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental (EVTEA) mesmo nas contratações de obras de infraestrutura de transportes constantes no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Conforme informações da Unidade Local de São Leopoldo do Dnit/RS, os trâmites legais para a elaboração do EVTEA já estão em andamento para que a Superintendência Regional possa dar prosseguimento à análise para fins de nova licitação da obra. Em nota, a autarquia salienta que, em função da grave crise econômica que atravessa o país, até o momento não há previsão de lançamento de novo edital (um chegou a ser publicado em 2014, mas acabou sendo cancelado e não foi mais retomado).

Buscando acelerar esse processo, foi criada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul a Frente Parlamentar de Apoio à Extensão da BR-448. Coordenador do grupo, o deputado Lucas Redecker diz que é preciso chamar a atenção para a necessidade dessa obra por ela conectar diversas regiões do Estado à Região Metropolitana. “A Frente Parlamentar é a certeza de que esse assunto não será esquecido dentro do Parlamento”, assegura.

No último mês, uma audiência pública sobre o assunto foi realizada em Portão. Além disso, na semana passada Redecker se encontrou com o líder da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, o deputado federal Giovani Cherini, para pedir a inclusão da demanda no orçamento da União para o ano que vem. “A próxima etapa é uma reunião com o ministro dos Transportes, mas ainda não temos uma data definida para isso”, adianta Redecker.

Redecker (E) teve encontro recente com o presidente da bancada gaúcha no Congresso, Giovani Cherini, para incluir o projeto no orçamento da União. foto: gabinete do deputado lucas redecker

Novo traçado da Rodovia do Parque traria vantagens
Na visão do presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí (Amvarc), Albano Kunrath, a extensão da BR-448 traria um grande impacto para a região. “(O novo traçado) vai gerar desenvolvimento econômico e social para o Vale do Caí e Serra, além de desafogar a BR-116, melhorando o escoamento da produção”, aponta. Segundo Albano, que é prefeito de Feliz, a entidade que representa os interesses dos municípios da região tem participado da audiências sobre o assunto para as quais é convidada e também busca sensibilizar os que têm o poder de tomada de decisão sobre os benefícios que essa obra irá proporcionar.

Presidente da Amvarc diz que extensão da Rodovia do Parque traria desenvolvimento social e econômico para o Vale do Caí. foto:Prefeitura de Feliz

Para o presidente do Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Caí (Codevarc), Alzir Aluisio Bach, o projeto de expansão da Rodovia do Parque é de importância significativa para o desenvolvimento da região. “O que preocupa é a crise financeira do Governo Federal e o corte nos investimento em infraestrutura”, observa. Segundo ele, o Dnit no Rio Grande do Sul teria um orçamento de apenas R$ 531 milhões ao ano para manter todas as rodovias federais e tocar as obras em andamento, como a da ponte do Guaíba e a duplicação da BR-116 de Guaíba até Pelotas. “A extensão da BR-448 custa R$ 1 bilhão”, afirma.

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