Cadela com deficiência é abandonada e causa comoção

Quem lembra o caso do TimTim, em São Leopoldo? O cachorro com deficiência nas duas patas dianteiras foi abandonado em janeiro desse ano e causou revolta pelo Brasil todo. Aqui em Montenegro, o mesmo caso ocorreu na semana passada. Uma cadelinha foi abandonada nas redondezas da rua Dr. Varelmann, próximo ao supermercado Desco.

Cristina Pires, 44, apoiadora da causa animal e simpatizante da Amoga soube do caso e se sensibilizou no mesmo instante. Ela mesma foi até o local, resgatou a pequena e a levou ao veterinário e petshop. Lá, com ajuda de exames, descobriram que, além de precisar de tratamento para os espasmos musculares, a cadelinha de cerca de dois anos estava anêmica. Ainda, apesar de ter sido curada da cinomose, sequelas foram encontradas.

Guerreiro, depois de resgatado por Ana com enorme ferimento no pescoço, continua com ela

Cris lamenta por não poder ficar com a pequena. “Fico de coração partido, é muito abandono. Precisamos de uma campanha contra o abandono de animais. Se eu pudesse, ficaria com ela, mas meu pátio não é adequado. Ela precisa estar em um piso que não a machuque”, explica. Depois de ajudar como podia, Cris, em parceria com a Amoga, achou um lar temporário para a pet em Coxilha Velha e a levou até lá. Por sorte e amor, a cadelinha foi muito bem acolhida na casa de Ana Paula da Silva, 34, que fez questão de adotá-la.

Voluntária independente
Além de ser proprietária de um petshop, Ana é protetora independente de animais há cerca de quatro anos e é conhecida pelo apoio aos peludinhos. “Eu já salvei vários animais abandonados. Resgato animais de rua em risco e mando castrar. Se estão doentes eu tento curar e geralmente consigo adoção para eles. Não faço ideia de quantos já resgatei, são muitos, mas já doei vários para Montenegro”, afirma, orgulhosa. “Até um preá eu já resgatei, cuidei e depois o larguei em seu habitat natural”, conta.

Perninha foi encontrado sem uma das pernas. Depois do resgate está em ótimas condições de vida

Adotados, que ela mesma resgatou, Ana tem dez pets. Dentre eles, Joaquim é deficiente visual, Perninha foi encontrado sem uma perna, a Vó é surda e agora a nova integrante da família Emília, a cadelinha com deficiência nas patinhas.

Ana afirma que a causa é muito gratificante e que Emília é um doce. “Melhor coisa ver o antes e o depois dos animais e saber que eu salvei mais um. Sempre vale a pena ajudar os animais, pois eles não olham condições sociais ou beleza. Eles apenas te dão amor em troca de todo cuidado. A Emília é pura simpatia, sem falar que é muito comportada”.

Adoção consciente e sem superlotação
A protetora conta que, antes de resgatar um novo animal, outro com boa qualidade de vida precisa ser doado. “Isso é para não acumular animais. Por isso é tão importante a doação responsável. Doando um, consigo ajudar outros. Até porque tem que ter uma transformação. Não adianta tirar da rua, ter um monte de animais se não for para dar uma boa qualidade de vida à eles”, pontua.

Antes de doar qualquer animal, Ana realiza entrevistas com os interessados, avaliando qual a melhor escolha para o pet. “Se não tem pátio fechado eu nem dou. Nunca vai acorrentar o animal. Precisa ter condições de levar ao veterinário caso precise também. Eu procuro sempre doar já castrado. E outra, mantenho contato para saber notícias”, afirma.

Ajuda
Ana conta que, desde o ano passado, o Centro de Controle de Zooanose de Triunfo castra os animais que ela resgata da rua e coloca para adoção gratuitamente, mas que antes disso, ela quem arcava com todos os custos.
Mesmo com a importante ajuda do Centro, Ana tem gastos sozinha com ração e medicamentos, assim, pede ajuda à comunidade. “Quem quiser me ajudar de qualquer forma, pode entrar em contato comigo. Eu sou protetora independente, não faço parte de nenhuma ONG”, reitera. O contato pode ser realizado através do WhatsApp ou ligação pelo número 51 98041-7098.

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