Jovem ainda. Rock, bandinha e carros antigos na agenda do aniversário
É uma data muito especial quando alguém chega aos 23 anos. E é ainda mais feliz quando essa maioridade é coroada por pujança. Então existem motivos, sim, para a comunidade de São José do Sul ter levado seu orgulho para a rua durante três dias. A festa iniciou na sexta-feira e encerrou domingo, com uma agenda de corais, Rock And Roll, bandinhas e exposições.
O palco principal era em frente ao Centro Administrativo, de onde na chuvosa tarde de sábado o vice-prefeito, Marcelo Bock, acompanhava o 2º Rock RS Festival.
Ele mesmo é componente da Velha Conduta, única banda roqueira da cidade, e que só não subiu ao palco por problemas técnicos. Usando a camiseta do lendário Pink Floyd, Bock defendeu a existência de uma cena Rock N’Roll em São José do Sul.
Inclusive, o festival nasceu em 2018 da iniciativa do roqueiro Tiago Petry, entusiasta que criou no Facebook a página Rock RS. O jovem é servidor público municipal e fã que pensava que, com a qualidade que tem, a Velha Conduta precisava ser conhecida no mundo. Inicialmente o “Face” tinha apenas esse objetivo. “Eu divulgava material das bandas famosas e colocava a Velha Conduta no meio”, revelou.
Hoje a comunidade é uma das referências de divulgação do cenário rock gaúcho, e as próprias bandas enviam material e agenda de shows, além de compartilhar as postagens de Petry, que também é sucesso no Instagram. Mas certamente, o maior sucesso da página é em relação à cena local. Petry calcula que atualmente o Vale do Caí tenha perto de 30 bandas – das diversas vertentes do rock – em ação.
E foi nisso que se alicerçou o festival de São José do Sul, que nesta segunda edição trouxe sete bandas com raiz local: Tottem – de Montenegro; Os Maurícios e Blue Label – Salvador do Sul; Seres ou Senhores – de Tupandi; A Banda – de Maratá; Residente Lunar – de Brochier; Lelê Griebeler – de São Sebastião do Caí.
Cidade tem ligação com relíquias
E pela primeira vez, São José do Sul pode apreciar uma exposição de carros antigos. O vice-prefeito, Marcelo Bock, pensou em juntar essas tribos que costumam andar juntas: amantes de máquinas icônicas, cervejeiros e roqueiros. Apenas os motociclistas faltaram, devido ao mau tempo.
A organização foi dividida entre Prefeitura e Emater, sendo que reuniu 30 veículos da região. Integrantes do “Os Cascudos” eram os únicos de um grupo organizado. Os demais eram particulares que vieram mostrar suas relíquias. E se restava dúvida quanto à representação de São José do Sul, ela foi digna de orgulho. É porque desde 1981 a cidade tem uma oficina especializada em conserto de veículos antigos. A proprietária Ida Kremer calcula que a Restauradora Kremer já recolocou na estrada entre 25 e 30 antigões do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Essas restaurações não são a principal fonte da oficina, sendo, na verdade, a paixão de seu esposo Ido Kermer. “Tem que ter amor para fazer isso”, ressalta. Segundo ela, as mecânicas que fazem fortuna no segmento não entregam qualidade. Restaurar com originalidade requer tempo e investimento. E no caso da Restauradora Kremer, a dedicação vem alicerçada na solidez do negócio em família, com a paixão pelos carros sendo divida com os filhos Israel e Rodrigo, que trabalham ombro a ombro com os pais. A empresa conta ainda com dois funcionários especializados.
Festa teve baile
Os últimos eventos dos 23 anos precisaram ser alterados devido às chuvas de domingo. O desfile do Encontro das Comunidades acabou sendo cencelado. Mas em frente à Prefeitura Municipal, a tarde seguiu com a exposição de produtos coloniais, artesanato e tratores. O espaço foi dividido com food trucks e cervejarias da região, acompanhados de apresentações artísticas locais. Às 15h teve baile com o som da Banda 0800 e o encerramento, às 19h, com o show da banda Ego & Serginho.