Municípios unidos. Capela, Portão e Santa Rita querem obra que criaria nova ligação do Vale do Caí com a Capital
Capela de Santana, Nova Santa Rita e Portão deram as mãos ontem em nome de uma causa que vai beneficiar todo o Vale do Caí, além de parte da Serra gaúcha. Representantes das prefeituras, câmaras de vereadores e o deputado federal Dionilso Marcon se reuniram com o secretário Pedro Westphalen, titular da Secretaria dos Transportes, no Centro Administrativo do Estado, em Porto Alegre, a fim de reivindicar a conclusão da Rodovia Transaçoriana, que ligaria as três cidades com a Tabaí-Canoas.
A obra beneficiaria diretamente também os montenegrinos, caso se concretize o projeto do pedágio no trecho de Montenegro da BR-386, porque a nova via estadual permitiria uma alternativa asfaltada para os condutores que vão para Porto Alegre e arredores e não quiserem pagar a tarifa. Outra vantagem dessa nova estrada é que se tornaria uma opção à afogada BR-116, o que contemplaria uma boa parte da Serra e municípios da “parte alta” do Vale do Caí no deslocamento à Capital e imediações.
O prefeito de Portão, José Renato das Chagas, pondera que o trecho nova-santa-ritense, com extensão de 8,4 quilômetros, está pavimentado desde junho de 2014 devido a uma parceria entre o Executivo local e o governo estadual. “Para completar a Transaçoriana, seriam mais 11 quilômetros. São 5,6 quilômetros até Portão e, depois, um pouco mais de cinco quilômetros até Capela de Santana. É uma estrada bem compactada para receber asfalto e há apenas um pontilhão”, argumenta. O projeto da Transaçoriana, segundo ele, tramita desde 2010 no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), órgão que agora teria a responsabilidade pela sua execução.
Vereador em Capela de Santana e tenente da reserva da Brigada Militar, João Leomar de Almeida destaca que a Transaçoriana é um corredor de escoamento de produção agrícola, portanto uma melhor infraestrutura viária traria desenvolvimento econômico. “Somos o maior produtor de arroz da região e também importante produtor de gado. Fora isso, o pessoal que vai da Serra para Porto Alegre teria uma alternativa que evitaria o uso da BR-116”, reforça.
O presidente da Câmara de Portão, Roberto Leitão, mencionou a questão da segurança dos usuários. A estrada já é bem movimentada, porém o chão batido oferece mais risco do que o asfalto. “Além disso, tem o fator conforto aos usuários, que significa mais segurança, e também a poeira que os moradores da beira da estrada comem há décadas.”
O presidente da Câmara de Vereadores de Nova Santa Rita, vereador Jair do Lotpop, participou da audiência ao lado dos colegas Ieda Bilhalva, Mateus Marcon, Gugu da Farmácia e Rodrigo Pedal.
Falta dinheiro, mas há uma esperança
Conforme o deputado Dionilso Marcon, o governo estadual poderia fazer ao menos mais uma etapa do asfaltamento, caso não haja recursos para capear todos os 11 quilômetros restantes. “Foi feito um passo em Nova Santa Rita durante o governo Tarso. Podemos dar mais um agora e, posteriormente, mais uma etapa.” O petista lembrou que, no Congresso Nacional, tem atuado em favor do projeto de renegociação da dívida do Estado com a União, que aliviaria o caixa do RS e, consequentemente, abriria espaço fiscal para contrair empréstimos e fazer novos investimentos, inclusive em estradas.
Foi justamente esse o argumento do secretário Westphalen. O governador José Ivo Sartori tem como prioridade construir acessos asfálticos em 76 cidades e poderia incluir a Transaçoriana neste pacote, disse. No entanto, o Estado não possui recursos financeiros no momento. “A nossa expectativa é aprovarmos o plano de recuperação fiscal do RS e, com isso, termos acesso a empréstimos e então fazermos os investimentos necessários em várias áreas, inclusive estradas”, esclareceu.