Futuro. Estudantes da região se encontram na 2º Copa São Francisco de Futsal
Um dia inteiro dedicado ao esporte e a integração. Essa é a melhor explicação para 2º Copa São Francisco, que movimentou ontem o Ginásio Municipal de Pareci Novo. No entanto, havia também muita competitividade em quadra, com alegrias e frustrações, e revelação de novos talentos ao longo das 28 partidas de Futsal.

Os jogos eram acirrados, com alguns lances de puro talento e outros de muita vontade de vencer. Uma das disputas mais eletrizantes foi entre as escolas Beato Roque, de Pareci; e Valéria Kirch, de São José do Sul. Depois de muitas chances de gol desperdiçadas, o tempo regulamentar terminou com o placar zerado. A vaga na final da Série Prata Feminino foi definida nos temidos pênaltis.
E esse foi o momento de brilhar a estrela da goleira do Beato, Eloara Machado, 14 anos, aluna da 7ª Série. Ela pegou duas cobranças e deu a classificação as colegas. “Eu jogava na linha. Mas pensei, ‘a gente se machuca muito’. Então fui para o gol”, recorda a menina. Os seguidos elogios quanto a sua qualidade fizeram-na decidir pela carreira sob as traves.
Eloara começou a bater bola com 11 anos, é hoje já planeja ser jogadora profissional. Mas, pelo que ele mesma revelou, sua mãe não concorda com essa profissão para uma menina. “Eu olho para a bola e para os olhos do jogador”. Assim a aluna explicou sua estratégia de defesa. Jogo duro que teve mesmo foi o time masculino do Promorar, que tomou 3×1 dos colegas do Ciep Ivo Bühler, ambos de Montenegro.
O último gol foi marcado em lance de oportunismo de Eduardo Duarte, 16 anos, que desviou o chute de longe do companheiro. O estudante do 1º Ano do Médio lembra que começou a jogar ainda molequinho, nos campinhos da cidade. A coisa ficou séria quanto ingressou na categoria de base do América, o que lhe incentivou a tentar voos mais altos.
“Fiz teste no Esportivo de Bento e no Aimoré, e fui aprovado”, revelou o menino, que agora espera ansioso pelo telefonema de um desses clubes. Sair de Montenegro e se tornar um profissional, e quem sabe um astro. Esses sonhos alimentados por Eduardo, e alguns de seus colegas, são mantidos acessos pela Copa São Francisco. “O que vier pela frente tem que encarar”, declarou.
Objetivo é fraternidade e saúde
A ideia da Copa nasceu justamente na Escola Estadual de Ensino Médio São Francisco de Assis, de Pareci, como explica um dos organizadores, o professor de Educação Física Diego dos Santos. Ele, que também cumpre carga horária na Escola Estadual Promorar, de Montenegro, destaca o apoio da Prefeitura de Pareci e do campi Montenegro da Unisc.
Esses parceiros que garantiram que a segunda edição fosse um sucesso, inclusive com a ampliação de 12 equipes em 2016 para 14 neste ano. Inclusive, escolas interessadas em participar acabaram ficando de fora, e para ampliar a participação seria preciso fazer dois dias de disputas. “Mas então entra a questão dos custos”, observa o professor.
Os times pagam apenas uma taxa de R$ 30,00 para cobrir a contratação de arbitragem profissional. O corte acabou sendo feito no feminino, que tinha seis equipes, contra oito do masculino. A faixa etária é de nascidos entre 2002 e 2004, idades que combinam o a categoria juvenil dos Jogos Escolares (Jergs). Todavia, Santos explica que a competição não é classificatória para o evento estadual.
“Começou no ano passado com essa intenção, de fazer uma preparação (para o Jergs)”, recordou. Na tabela havia escolas de Pareci (5), São José do Sul (4), Montenegro (3) e Harmonia (1). O regulamento prevê chaveamento, com quatro times cada, com todos jogando contra todos.
Os dois primeiros de cada grupo seguem na disputa da Série Ouro. Os demais, para manter vivo o espírito competitivo, passavam a disputar a Série Prata, resolvido no mata-mata. A diferença do feminino é que são apenas três escolas por chave e apenas os primeiros colocados vão para a Série Ouro.
Regras rígidas provem a disciplina
“A intenção é incentivar a prática do esporte de forma saudável. Mas também promover o respeito e a disciplina. Valores que precisamos resgatar cada vez mais”, explicou Santos. Esse foco dos professores levou a elaboração de um regulamento rígido, que prevê que três cartões amarelos ou um vermelho provoca a exclusão automática da Copa.
Ao final de cada partida os jogadores eram ordenados a ficar em fila e cumprimentar os adversários. A solidariedade é outro valor resgatado, sendo que foi solicitado aos estudantes a doação de um quilo de alimento não perecível. Um momento no qual podia se notar que, mesmo abalados por uma derrota, os jovens de fato reverenciavam respeitosamente os colegas.