Sem fronteiras. Estudante de Maratá manda notícias de sua experiência no Catar
Faz pouco mais de um ano que a marataense Maiara Lohmann, 20 anos, vive a experiência de estudar no exterior. Uma vivência intelectual é ampliada por estar no Catar, país do chamado “mundo árabe”, com regras e tradições muito mais severas do que no Ocidente. Mas a jovem estudante de jornalismo afirma que nada disso interfere em sua rotina, tampouco no aprendizado.
Maiara estuda no campus internacional da estadunidense Northwestern Univesity, no curso de Jornalismo e Comunicação Estratégica, vivendo dias atarefados, todavia, tranquilos. Na verdade o país é calmo, sem conhecer o termo “índice de violência”. Tanto que após as aulas noturnas, a marataense vai para casa caminhando, sem temer um ataque.
“É super tranquilo. Aqui onde moro é muito de boas”, comenta, ainda que reconheça a rigidez do país comandado por “xãhs” da família Thani. Uma característica dessas nações muito difundida é as proibições impostos às mulheres. E, novamente, Maiara afirma não ser afetada, não sendo obrigada seguir essas normas do Islã, como usar o véu sobre a cabeça.
Cada um tem sua liberdade religiosa, ainda que haja proibição de exibir em público alguns itens sacros de outras orientações. “Eu tenho que seguir somente as regras do País (governo)”, explica.
Surge informação de todo o lado do planeta
Uma qualidade da experiência educacional oportunizada a Maiara é a de ser cosmopolita. Ela revela que o campus Northwestern University in Qatar reune pessoas do mundo inteiro. No mínimo 56 nacionalidades convivem e trocam experiências, intelectuais e de vida. “Obrigatoriamente já se torna uma experiência muito cosmopolita”.
Segundo ela, isso reflete na Academia, ao agregar professores e literatura universal, integrados à estrutura curricular da sede norte-americana da instituição. “É um conhecimento construído muito embasado nessa diferença, nessa pluralidade cultural”, define.
Vendo a bola rolar e aprendendo
Mas uma experiência além-fronteiras não é completa sem uma aventura inesperada. A máxima se aplica aos dois empregos que Maiara teve durante a Copa do Mundo de Futebol no Catar. Quando iniciou seu processo de ingresso, lógico, a estudante já sabia deste evento mundial no país, tanto, que logo procurou se candidatou.
Para o trabalho no Fifa Legacy dentro dos estádios, foi selecionada em processo na faculdade. Sua fundação era no credenciamento da imprensa mundial, inclusive no estádio onde o Brasil foi eliminado.
Inclusive, a data da derrota para a Croácia também marcou o encerramento de sua segundo emprego. A jovem de Maratá foi interprete Inglês/Português da seleção brasileira. Mas especificamente, fazia a tradução simultânea nas coletivas dos atletas e comissão técnica no centro de treinamento.
“Esta foi meio que uma proposta bem aleatória”, brincou. Maiara foi convidada através do site de empregos Linkedin, publicada por um funcionário da CBF. Acabou dando certo.
Copa deu dias de vida ao país
Maiara avalia que a realização da Copa trouxe mais vida ao Catar. Foi uma verdadeira revitalizada trazida pela energia dos torcedores, que transformavam as ruas em uma grande festa. Uma mudança significativa foi nos horários do comércio. Maiara explica que a rotina é ver restaurante e shopping fechando cedo, cerca de 22 horas. Mas durante a Copa tudo permaneceu aberto até 2h da madrugada.
“Estava tudo mais alegre! Mais vivo! Tínhamos pessoas cantando nas ruas. Uma festa!”, recorda. E neste sentido, os catares teriam dado um “banho” de hospitalidade. Ainda que muitos moradores tenham optado em viajar para fora no período do evento.