Terceiro flagelo em um ano, na cidade e no campo

INUNDAÇÃO. Prefeita decreta emergência. Cabeça d’água irrompeu pelo Centro e interior

Na manhã de quinta-feira, 27, moradores, servidores da prefeitura e Scab Bombeiros de Maratá estavam novamente em mutirão de trabalho e resiliência. A comunidade enfrentou a terceira inundação em pouco mais de um ano, que só não teve consequências mais graves graças ao alerta de enxurrada emitido por Salvador do Sul.

Pluviômetros registraram volumes superiores a 100 milímetros (mm), chegando a 180 mm na divisa com Salvador do Sul; e quando a cabeça d’água atingiu Maratá, foi rápida e poderosa. Vídeos em redes sociais mostram a avenida central – Irmãos Ko-Freitag – e adjacências com correnteza; assim como arroios pelo interior com impressionante turbilhão.

Passagem à Linha Fries não existe mais

O resultado foi oito pontes afetadas, sendo quatro de forma severa, das quais duas foram levadas por inteiro: uma na Linha Fries e outra da Trilha Turística junto ao Parque da Oktoberfest. Ao menos duas estão interditadas na comunidade Esperança e dependem de laudo de engenheiro, cortando a ligação principal com Salvador do Sul.

Um relato superficial é de dois aviários com perda total das criações para corte e postura postura (granja de ovos). O Município e cidadãos ainda contabilizam os prejuízos, e no final da tarde, a prefeira Gisele Schneider assinou Decreto de Emergência, que foi enviado ao Governo do Estado.

Também o Colégio Estadual Engº. Paulo Chaves está outra vez reparando os danos. Apesar de a comunidade ter criado um plano de reação, executado pelos próprios alunos antes da evacuação, por volta das 18h30min, todas as salas de aula, direção e biblioteca foram inundadas por argila (veja live no Instragram @jornalibia). “Não tinha mais o que fazer. Veio de vez!”, relatou secretário da escola, Claudio Schneider. As aulas deverão ser retomadas somente na próxima semana.

Danos na Avenida Irmãos Ko-Fretag

Curso do Maratá desvio pela propriedade pertence a Antônio Müller e derrubou a grade

Perto do Colégio, Antônio Müller ajudava seus inquilinos nos rescaldos. Ele morou por mais de 20 anos no endereço, e diz que seguidamente o Arroio Maratá inunda a propriedade. “Mas não achei que iria se repetir tão ligeiro”, comenta, referindo ser a terceira enxurrada no período de um ano.

Ao lado da casa, Tamires Wilke, que limpava a floricultura da mãe, revelou que a “espuma expansiva” se tornou item de rotina dos comerciantes do Centro, tendo sido aplicada nas aberturas após o alerta de quarta-feira. “Aqui no Centro entrou em todos os estabelecimentos. Não veio tão alta do que da outra vez, mas foi muito rápida”, diz.

No setor agrícola a Administração soma os danos em lavouras e em pomares de citros. O mesmo está fazendo o avicultor Airton Luiz Stein, que, em números, sabe apenas que cerca de 2.000 das mais de 10.800 galinhas morreram. O restante precisou mandar para abate em fábrica de ração, pois ficou sem estrutura de aviário para continuar a postura. “Tinha um metro de água dentro do aviário. A cama precisa ser seca, e não tem mais como usar”, explica. Stein não esperava por isso, pois em 40 anos no local, foi a primeira vez que o Arroio Esperança cruzou sua propriedade desta forma.

Na quarta ponte afetada, também na Esperança, a erosão levou as duas cabeceiras e será feita vistoria

Cascata e Cachoeira

A Cachoeira Maratá sofreu danos severos e permanecerá fechada por tempo indeterminado. Já a Cascata Vitória não foi afetada, e está aberta para receber os visitantes e turistas, inclusive no feriado de Carnaval. A diferença entre os impactos se deve ao fato de que a Cachoeira Maratá recebe as águas do Arroio Maratá, enquanto a Cascata Vitória é alimentada pelo Arroio Brochier.

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