RS-411 em Maratá precisará de grande obra

Deslocamento de massa de terra agrava colapso da rodovia

Entre a noite de terça-feira e madrugada de quarta-feira, dias 14 e 15 de maio, ocorreu mais movimentação de terra nos barrancos ladeiros à ERS-411, no acesso a Maratá. A observação da reportagem do Ibiá foi corroborada pelo morador Paulo Alvino Moraes, de 83 anos, que está passando as noites em uma pousada no Centro. Ao retornar pela manhã constatou inclusive o surgimento de pedras que se soltaram da encosta (acima da rodovia) e ficaram para cair na pista.

Maratá - catástrofe climática no Rio Grande do Sul - deslizamento - desmoronamento - ERS-411
Deslizamentos afetam a rota de acesso pela rua Erno Pletsch; mas rota alternativa de acesso está liberada

“Se chover amanhã (quinta-feira) provavelmente vai vir mais coisa abaixo”, diz. Ele teme pelo desabamento da encosta, ainda que esteja relativamente longe de seu chalé. Essa distância é o que tranquiliza sua vizinha Liane Grub, 47 anos, que não abandona sua residência na rua Erno Pletsch, junto a bifurcação com a rodovia. Ela observa ainda a baixa altura daquele trecho do barranco abaixo da via e sua formação com muitas pedras.

Moraes teme situação defronte de casa

A mesma tranquilidade não tem sua irmã Rosane Lorez, 49 anos, na casa imediatamente ao lado, mas ainda mais próxima da parte em colpaso. Ela também adotou o sistema de dormir da residência de familiares e durante o dia vir “reparar” a residência. Ainda que não acredite em soterramento, teme pela rede de alta tensão se derrubada. “Aquele dia que caiu nos fios quase tive um troço”, recordou sobre o primeiro deslizamento nas pistas.

O cenário na entrada de Maratá é grave. Mais do que deslizamento causado por erosão, está acontecendo um deslocamento de massa de terra. Duas casas no barranco acima da rodovia estão colapsadas. Uma delas, de madeira, claramente está escorregando, com degraus no piso do anexo nos fundos; e seus moradores a desocuparam. Um pouco mais acima, a casa de alvenaria tem grandes rachaduras dividindo cômodos, e os moradores estão fora, mas não abandonaram.

Rodovia ainda é estadual
Há um impasse a respeito do processo de municipalização do trecho (dos quilômetros a partir do pórtico) iniciado em 2017, mas que, segundo a prefeita Gisele Schneider, não teria sido concluído. Um indicativo desta intenção por parte da administração Fernando Schrammel foi a colocação de placa nomeando o trecho Avenida Irmãos Ko Freitag, mesma que cruza o pórtico.

A última movimentação burocrática foi a portaria 4.619 do Daer (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) em janeiro de 2018, designando dois servidores à comissão que realizaria a transferência de 1,1km – e suas faixas de domínio – para Maratá. A Administração Municipal acredita que não houve a conclusão, tese defendida com a presença do diretor do Daer, Roberto Vidal da Cunha, vistoriando o trecho na terça-feira.

Projeção é de que será necessária uma substituição total da base e do asfalto no trecho de 250 metros

Obra nas pistas e nas encostas
Essa primeira vistoria do Daer não resultou em laudo definitivo, mas Vidal orientou que o desvio – ruas Erno Pletsch e Felipe Marmitt – pode ser mantido, pois essas rachaduras estão ocorrendo, principalmente, pelo assentamento deste solo molhado. Um engenheiro de empreiteira contratada pela autarquia deve retornar ainda nesta semana para uma avaliação definitiva a respeito das dimensões da obra. Inicialmente, será feito reparo paliativa para liberar o trânsito, com retirada do asfalto e elaboração de nova base.

Gisele acredita que o projeto definitivo será muito grande, pensando inclusive na drenagem das encostas das quais ainda desce água nesta semana. Mas essas são de responsabilidade do Município, que pensará em formas de contenção sem estrutura física, mas voltada à reconstituição da vegetação.

No galpão de residência evacuada se percebe a movimentação do solo em direção à rodovia ERS-411

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