Amigos da Nadir volta a produzir suas delícias

Volta por cima. Após o incêndio, agroindústria se instala em local cedido pela Prefeitura e retoma produção

Exatos oito dias após um incêndio consumir o prédio onde ficava a agroindústria familiar Amigos da Nadir e também uma residência, o empreendimento rural voltou a produzir. Ocupando um prédio cedido pela Prefeitura no distrito industrial de Maratá, as primeiras formadas de cucas, pães e bolachas saíram na última quinta-feira. A compra dos equipamentos para tocar a produção foi feita a prazo, com os fornecedores entendendo o drama pelo qual a família passa.

Airton quer retomar entrega das bolachas nas escolas esta semana

Responsável pela organização da agroindústria, Airton Metz conta que, um dia após o incêndio, já foi em busca da aparelhagem para retomar a produção. Com um primo, conseguiu alguns equipamentos que estavam parados e, com a Prefeitura, o espaço onde hoje toca a produção. Como contrapartida, Airton se responsabilizou por concluir o telhado e paredes da parte de trás do prédio.

ucas são o carro-chefe da Amigos da Nadir e já estão sendo produzidas novamente

A previsão é de que, nesta semana, a agroindústria já retome a entrega de bolachas nas escolas. Airton salienta ainda que seus clientes foram bastante compreensivos com a situação, inclusive ligando para oferecer ajuda. Para o empreendedor, toda a mobilização da sociedade foi importante. “Quero agradecer a todos que ajudaram, seja no dia do incêndio ou nos outros dias com doações”, destaca. Com roupas e colchões já recebidos, a família agora precisa é de doações de material de construção.

Conforme Airton, sua mãe está morando em sua residência enquanto que a sua cunhada, que também morava na casa que foi consumida pelas chamas, se mudou provisoriamente para a casa de uma irmã. Ele recorda que voltava de uma feira em Porto Alegre quando recebeu a ligação avisando sobre o incidente. O empreendedor confirma também que o Corpo de Bombeiros informou que um curto-circuito teria sido o responsável pelo início das chamas. “Tinha um forno novo, com quatro meses, que foi perdido. Ele foi feito especialmente em Florianópolis e ainda estou pagando”, lamenta.

Escola faz campanha para ajudar família de empreendedores

Família precisou adquirir novos equipamentos

Apesar dos contratempos, o foco da família é retomar a produção para pagar as contas e recuperar o que foi perdido. Para tanto, eles contarão com o apoio da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Pedro Cristiano Höher, de Esperança, que está mobilizada numa campanha para ajudar a família de Nadir Metz. Os alunos da comunidade estão confeccionando caixinhas onde poderão ser colocadas doações. O material já está em alguns estabelecimentos em Maratá.

“Queremos sensibilizar os alunos para entenderem que, nesses momentos, é de suma importância a união e a solidariedade de todos”, destaca a diretora Anisete Elisabete Schreiner. Inclusive, a onda de solidariedade não ficará restrita ao município. No último sábado, a escola realizou em Montenegro um pedágio para arrecadar fundos para a família atingida. O pedágio foi uma iniciativa de Paola Rodrigues, que é mãe do aluno Eduardo Rodrigues Rosa, do 7º ano. “O pouco com que cada pessoa colaborar já é de grande ajuda”, frisa.

Caixinha para donativos já está em cinco comércios do município
CRÉDITO: Divulgação/EMEF Pedro Cristiano Höher

As caixinhas de doações serão recolhidas no dia 23 e os donativos serão dados como um presente de Natal para a família. Conforme Anisete, cinco caixinhas já foram distribuídas em comércios, mas outras ainda deverão ser confeccionadas. Elas podem ser encontradas na Agropecuária Maratá, no Mercado Kerber, na Farmácia Maratá, na Cervejaria GoldBier aus Maratá e também no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Maratá.

Lembrando que a comunidade de Esperança já passou por uma grande tragédia neste ano – o tornado de 8 de junho que destruiu dezenas de casas em Maratá e São José do Sul –, a diretora reforça que os alunos da EMEF Pedro Cristiano Höher, que atende do 6º ao 9º ano, aprenderam muito sobre solidariedade em 2017. “Queremos ensinar a eles que precisamos ajudar de coração, sem esperar reconhecimento ou algo em troca”, salienta Anisete.

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