Escolta da Chama Crioula corta o Estado a cavalo

TRADICIONALISTAS da região escoltam a Centelha desde Alegrete até Triunfo

Os cavaleiros que escoltam a Chama Crioula da 15ª RT (Região Tradicionalista) cumprem a missão de percorrer os 580 quilômetros entre Alegrete – onde partiram domingo, dia 18 – e Triunfo – onde chegam em 5 de setembro. Na última quarta-feira, 21, a comitiva montou acampamento nas terras de Santa Maria ‘da Boca do Monte’, no 5º Distrito, de onde partiram no dia seguinte em direção à localidade de Restinga Seca.

O coordenador da 15ª, Edgar Barnasque dos Santos, enaltece o significado épico que remonta à história Farroupilha e do próprio gaúcho. Em relação ao roteiro, salienta que havia sido preparado com muitos meses de antecedência, dando prioridade aos caminhos rurais, seja por segurança, inclusive com proibições de trânsito a cavalo pelas BR’s, seja pela comodidade, compensada por belas paisagens. “Quase 99% do trajeto é pelo interior”.

Comitiva enfrenta muito frio e chuva pelas terras vermelhas no ‘Coração do Estado do Rio Grande do Sul

Essa necessidade soma cerca de 100 km ao roteiro Alegrete-Triunfo, mas que seria tranquilo se não fosse pela catástrofe climática de maio. O patrão revelou que a comitiva está se deparando com estragos no caminho, impondo alguns desafios à 20 edição da Cavalgada da 15º.

Representante do CTG Estância do Salvador, Armando Franzen, está na 13ª escolta da Chama Crioula, fator que não diminui sua ansiedade. O morador de Tupandi garante que participará desta cerimônia pelo que tempo que tiver forças. “É importante para manter a tradição, sempre tentando incluir mais jovens, para que isso se perpetue”. A comitiva foi alcançada pela frente fria que avança da Argentina, e cavalgou sob chuva; sendo as intempéries as únicas dificuldades admitidas por Franzen.

Cortando os Pagos do Sul
Dando sentido ao tema dos festejos de 2024, “Pampa Uma Pátria Sem Fronteiras”, os cavalarianos de 30 RT’s cortam o mapa gaúcho em todas as direções, revivendo os tropeiros e os batalhões de Bento Gonçalves. Barnasque explica que os acampamentos de pernoite da 15ª também foram combinados com antecedência, acontecendo em fazendas e CTG’s; e todos têm elogiado a hospitalidade daqueles que respondem ao “Oh de Casa!” da 15ª RT.

Um dos representantes de Montenegro pelo CTG Os Lanceiros, Carlos Ricardo Vaz da Silva, destaca a importância da Cavalgada da Chama à continuidade da tradição gaúcha. Ele não relata dificuldades no trajeto, o que lhe empolga a participar das edições futuras.

Saudade e satisfação vão à garupa
Outro integrante do Estância do Salvador, Elisandro Dreher, classifica essa sua primeira cavalgada da Chama Crioula como ‘experiência única’. “Fortifica mais ainda o espírito tradicionalista, espalhando respeito, igualdade, liderança e a hospitalidade que o povo gaúcho tem”, declarou. O cavalariano confessa a saudade da família, principalmente dos filhos pequenos e da esposa, todavia a satisfação leva-o a garantir com antecedência presença na edição de 2025.

Dreher defende que haja mais apoio do Poder Público para manter essa tradição, especialmente para cobrir despesas de deslocamento e manutenção dos cavaleiros. “Pois a busca da Chama divulga a nossa região e contribui para com todo movimento de ensino da tradição e cultura gaúcha”, aponta.

Caminho dos tropeiros
Evanir Klassmann, também do CTG Estância do Salvador, de Tupandi, está em sua segunda cavalgada, cerimônia que acredita resgatar as origens do povo rio-grandense. “Muitas vezes as estradas são precárias, mas os primeiros tropeiros nem entradas tinham”, descreveu, a respeito dos desafios no trajeto. Ele também cobra mais atenção dos governos na realização da Cavalgada da Chama, diante de tudo que ela representa aos costumes e história do estado.

Os acampamentos de pernoite foram combinados com antecedência

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