Comunidade questiona o fechamento de escola em Batinga Sul

Pais de alunos votaram, em sua maioria, pela tranferêcia dos alunos para outra instituição

A mobilização da comunidade de Batinga Sul, interior de Brochier, não conseguiu evitar o fechamento da EMEF Professor Jorge Felipe Allebrandt, que fica na localidade. Em uma reunião realizada na noite desta quarta-feira, 12, o prefeito do Município, Clauro Josir de Carvalho, e a vice-prefeita, Patrícia Schommer, expuseram os motivos que levaram a Administração Municipal a tomar a decisão.

O prefeito explicou que a vontade de encerrar as atividades na instituição veio da própria comunidade escolar, que procurou o Executivo Municipal propondo a ideia. “A minha opinião desde o início era contrária ao fechamento da escola, só que a gente não pode deixar de ouvir a vontade dos pais, que querem o melhor para os seus filhos. A gente sabe que é difícil uma decisão como essa, mas a qualidade do ensino foi o que pesou”, destacou o prefeito.

A vice-prefeita leu para a comunidade a ata da reunião que aconteceu no último dia quatro de janeiro entre a Prefeitura, comunidade escolar e o Conselho Municipal de Educação. A escola possuía nove alunos matriculados para o ano de 2022 na modalidade multiseriada, dos quais seis pais participaram da reunião. Durante o encontro, foram colocados pela comunidade escolar os motivos pela opção de transferência para outra instituição. “Os pais de seis alunos compareceram na reunião, dos quais cinco votaram pela transferência de seus filhos para a escola de Pinheiro Machado. Os argumentos foram pela qualidade de ensino, a possibilidade de reencontrar e socializar com outros colegas e também a economia para a administração”, apontou Patrícia.

Mas por parte da comunidade da localidade, o sentimento foi de revolta pela decisão, que foi considerada pela maioria como arbitrária, por não ter levado em conta a opinião dos moradores. O agricultor Everton Vinícius Veigo diz que a decisão é uma piora para a localidade, que sempre teve a escola como referência durante os seus cerca de 150 anos de história. “Esse é o colégio mais antigo da cidade, eu estudei aqui há 12 anos e lembro que se tinha 100, 120 alunos. Com o passar dos anos foram tirando os alunos daqui e levando pro Centro, porque os professores não querem vir dar aula aqui, porque é interior”, afirma.

Jeisiane Larissa Moraes é mãe de Luelen, de 5 anos, que no próximo ano poderia estudar mais perto de casa se a escola de Batinga Sul permanecesse aberta. Atualmente a pequena vai na pré-escola em Linha Pinheiro Machado, uma viagem diária de cerca de 1h30min. “Tem outras crianças que poderiam entrar nesse ano aqui, todas tem que ficar por 1h30min dentro do ônibus. Então é uma coisa que não tem explicação fechar um colégio que tem toda essa estrutura”, diz Jeisiane.

Do lado dos pais que defendem a transferência dos filhos para outra escola, os principais argumentos são a qualidade do ensino e a possibilidade de socialização com outros colegas. Dona Marlene Muller afirma que a neta seria a única matriculada no primeiro ano na escola de Batinga Sul neste ano, o que, segundo ela, é um prejuízo por não poder compartilhar o ensino com outras crianças. “Ela é a única matriculada, e assim continuaria até a quinta série. Então a gente está muito preocupada com a socialização, por isso que a gente optou por transferir de colégio”, afirma.

Por parte da Prefeitura, ficou acertado que se futuramente a escola voltar a ter uma demanda maior por matrículas, a possibilidade de reaberturas pode ser estudada. “Os alunos serão direcionados para a EMEF Emilio Bauer, de Linha Pinheiro Machado. A Secretaria de Educação se responsabiliza pelo deslocamento dos alunos, bem como o acompanhamento pedagógico no novo ambiente escolar. Ficou a sugestão de que se houver a possibilidade de reativar as atividades escolares futuramente, essa ação poderá ser analizada”, disse a vice-prefeita.

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