Entidade tem duas décadas de atuação com pessoas com deficiência múltipla
Criada a partir do desejo de pais de crianças com deficiência múltipla em darem um melhor atendimento local aos seus filhos, a Associação Pestalozzi de Brochier completa no sábado, dia 28, 20 anos de atuação. Para celebrar a data, a sede da entidade, localizada na esquina das ruas Onze de Abril e Pedro Fuhr, estará aberta no dia para visitação das 14h às 17h.
De acordo com a assistente administrativa da entidade, Carmen Regina Nabinger Rasche, a ideia é mostrar o trabalho da associação para a comunidade. “Tem muitas pessoas no nosso Município que não conhecem a Pestalozzi. Ouvem a gente nos pedágios, sabem que a gente vende galeto e tudo isso, mas elas não conhecem a Pestalozzi. Então, para a gente mostrar (o trabalho) para essas pessoas (estaremos abertos)”, comenta.
Hoje, a Associação Pestalozzi de Brochier atende nove pessoas de 15 a 49 anos. São pessoas com deficiência múltipla de Brochier e de cidades vizinhas, como Maratá. Ali, elas participam, conforme sua capacidade, de diversas oficinas que vão desde reforço pedagógico até banda marcial, culinária, canto e horta e jardinagem.
Olhando para trás, o atual presidente e um dos fundadores da entidade, Paulo Valentin Lauermann, destaca o quanto a associação já conquistou. Ele recorda que no início ela ocupava uma sala no Ginásio Municipal Darcy Fetzner até que, em 2006, passou a ocupar o atual prédio, que é cedido pela Prefeitura. Além disso, com a ajuda da comunidade, a Pestalozzi trabalha na construção de uma sede própria localizado num terreno doado pelo Executivo que fica aos fundos do prédio atualmente ocupado.
Paulo ressalta outro ponto importante do funcionamento da associação: o entendimento de que todos fazem parte de uma grande família. “Vai fazer nove anos que a minha filha (Aline) faleceu e eu podia pensar assim: ‘eu não preciso mais ajudar’. Mas aí eu penso nos outros. São todos que nem meus filhos também”, revela. “A gente se sente feliz podendo fazer alguma coisa”, complementa o presidente da entidade. “A gente acaba se apegando como uma família”, enfatiza Carmen.
Resiliência e apoio da comunidade
A capacidade de enfrentar as adversidades e o apoio da comunidade local faz com que a Associação Pestalozzi de Brochier siga firme no seu propósito. Manter a entidade sempre exigiu muito trabalho – Paulo lembra que no começo o dinheiro chegou a ser arrecadado catando latinhas em uma edição da Expofesta –, mas isso nunca desanimou aqueles que integram a associação.
Apesar de ter convênio com a Prefeitura de Brochier e estar inscrita para receber recursos do programa Nota Fiscal Gaúcha, a Pestalozzi também conta com doações para manter suas atividades. Assim, o apoio da comunidade é fundamental. Hoje, a entidade tem a promoção de seu galeto – que não ocorrerá este ano – reconhecida. Além disso, ela também busca angariar fundos por meio de dois pedágios anuais. O primeiro foi realizado agora em maio e o próximo ocorrerá em dezembro, provavelmente no dia 10. Além disso, a associação também já contou com o apoio da Vara Criminal de Montenegro por diversas vezes. “A gente corre atrás”, resume Carmen.
A auxiliar administrativa e o presidente da entidade destacam que enquanto a Pestalozzi em Brochier se mantém, associações abertas em cidades como Caxias do Sul e Pelotas, muito maiores do que a Capital do Carvão Vegetal, encerraram suas atividades. “E nós estamos aqui em pé, sempre, mas com muito trabalho e muita luta”, afirma Paulo. “A gente tem muito que agradece às comunidades, à nossa cidade, às Prefeituras e todos que colaboram com a gente”, completa.