Governo incentiva saída de usuários do Bolsa Família

Progredir. Ideia é que população de baixa renda qualifique-se e entre no mercado de trabalho ou abra o próprio negócio

Na manhã de terça-feira, 26, o governo federal lançou um pacote de medidas chamado de “Progredir”. As medidas objetivam que famílias, hoje bastante dependentes do auxílio do governo, consigam se sustentar sozinhas. A meta é capacitar e emancipar financeiramente famílias beneficiárias do Bolsa Família e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais. Com as medidas, a expectativa do Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) é emancipar até um milhão de famílias nos próximos 2 anos.

O plano tem ações de capacitação, incentivo ao empreendedorismo e acesso ao mercado de trabalho e vai disponibilizar R$ 3 bilhões por ano em linha de microcrédito para o público-alvo investir em pequenos negócios. A ideia é que, com o tempo, os beneficiários possam ter meios de garantir ganhos e não dependam mais dos programas de transferência de renda.

Presente na cerimônia de lançamento do projeto, o ministro do MDS, Osmar Terra, disse que o Progredir busca avançar para a inclusão produtiva.
“A proposta estava sendo apenas a da transferência de renda, mas as pessoas que estão no Bolsa Família querem e precisam progredir. Não é perspectiva de vida de uma família achar que vai ficar vivendo do Bolsa Família para sempre, temos que oportunizar que essas famílias tenham uma renda melhor para si e suas famílias”, disse Terra.

Já o presidente Michel Temer reafirmou que o programa Bolsa Família não vai acabar, mas destacou sua expectativa de que, em um período entre 10 e 15 anos, os programas de transferência de renda não sejam mais necessários em função da melhora da situação da população. “Tenho o sonho de que possamos vir comemorar a desnecessidade de qualquer benefício de natureza individual porque todos estarão empregados no nosso país”, disse.

O Progredir funcionará de forma articulada entre parceiros públicos e privados. Na cerimônia de lançamento, o ministro informou que empresas parceiras vão reservar 10% das vagas de emprego ofertadas para o público do plano. A adesão ao Progredir e uma eventual contratação com carteira assinada e aumento da renda não acarretará na exclusão imediata do Bolsa Família. Segundo Osmar Terra, aqueles que alcançarem renda de até dois salários mínimos continuarão recebendo o benefício por pelo menos dois anos. Atualmente, 13,5 milhões de famílias brasileiras recebem o Bolsa Família.

Ações do Programa Progredir
O Progredir tem três eixos: qualificação profissional, intermediação de mão de obra e empreendedorismo. Na qualificação profissional está prevista a criação de vagas em cursos de formação inicial ou continuada. Serão ofertadas 1 milhão de vagas em cursos do Pronatec Oferta Voluntária.
O eixo intermediação de mão de obra prevê o cruzamento de currículos e de vagas de emprego oferecidas por empresas parceiras, de forma regionalizada.

Já no empreendedorismo haverá oferta de R$ 3 bilhões por ano em linha de microcrédito para as famílias do Cadastro Único investirem em pequenos negócios e ações de assistência técnica. Esse recurso virá do depósito compulsório de bancos e outras instituições financeiras, recolhido pelo Banco Central.

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