Os prejuízos causados pela estiagem e as demandas de entidades gaúchas já são de conhecimento do Governo Federal. Na quarta-feira, dia 12, a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, esteve no Rio Grande do Sul e recebeu de entidades diferentes demandas que pode auxiliar os produtores rurais.
Por parte do Governo do Estado, foi entregue um ofício com nove demandas. Entre elas estão a aquisição de leite emergencial via Conab para impedir a queda do preço pago ao produtor, a viabilização de recursos federais para subsidiar juros das operações de crédito rural na agricultura familiar e a revisão da legislação ambiental de modo a interpretar a reservação de água como de relevante interesse social em partes das áreas de preservação permanente e com devida mitigação e recuperação e/ou ampliação de área protegida.
Também presente no encontro, representantes da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) entregaram documento com 13 demandas. Dessas, destacam-se o pedido de liberação de recursos por meio de emendas de bancada para obras de investimento e mitigação de futuras estiagens, o pedido de ampliação automática do vencimento das operações vencidas e vincendas por 180 dias e o de recursos através do crédito rural para as cooperativas agropecuárias que necessitam reprogramar os vencimentos dos produtores.
Ao visitar uma propriedade em Santo Ângelo, a ministra ressaltou que o problema da seca afeta vários Estados. “É muito triste vermos o trabalho do produtor que planta, trabalha, põe adubo, sementes de boa qualidade e depois tem essa frustração”, lamentou Tereza Cristina. Ela ressaltou que esteve acompanhada de equipes técnicas de diversas pastas para que as ações sejam transversais e estruturais. (ARH)
Maratá prepara decreto de emergência
Devido à estiagem, a Prefeitura de Maratá deve decretar na próxima semana situação de emergência. A informação foi dada pelo secretário municipal de Agricultura e Meio Ambiente, Elson Wadenphul, em entrevista à Rádio Ibiá Web concedida na quinta-feira, dia 13. De acordo com o secretário, levantamento técnico realizado em parceria com o escritório local da Emater-RS/Ascar aponta 40% de perda nas plantações de milho e feijão, 30% de perda na produção de leite e 25% nas lavouras de figo. Ele destacou, ainda, a morte de florestas plantadas, açudes secando e peixes morrendo e a queda de frutos jovens na citricultura.
Sobre a falta de água, Elson demonstrou preocupação com os baixos níveis de água encontrados nos poços artesianos usados tanto para irrigação de plantações quantos para o consumo humano. “As pessoas de mais idade estão comentando que nunca viram vertentes secarem que neste momento estão falhando”, relatou. O secretário reforçou a necessidade do uso consciente da água para evitar necessidade de racionamento.
Na terça-feira, dia 11, Brochier decretou situação de emergência por conta da seca. Conforme a coordenadora da Defesa Civil do Município, Priscila Kleber Viacava, no documento constam relatórios da Emater sobre as perdas na produção agrícola, além de problemas na falta de abastecimento para alguns moradores da cidade.