Saúde orienta sobre controle do escorpião-amarelo no RS

Limpeza de terrenos baldios, quintais e jardins é fundamental

A presença do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) é motivo de preocupação em saúde pública no Rio Grande do Sul. O animal tem potencial para envenenamento grave através de sua picada e tem fácil disseminação no meio urbano devido à sua adaptabilidade e reprodução em locais como encanamentos de esgoto, ralos, entulhos e frestas de paredes.


Atualmente, as cidades de Porto Alegre, Sapucaia do Sul, Horizontina, Três de Maio, Marcelino Ramos, Nova Bassano, São Sebastião do Caí, Esteio e Alvorada são consideradas as principais áreas de infestação no Estado. De 2013 a 2024, esses animais foram localizados em até 37 municípios, sendo que em 17 foram registrados acidentes em humanos.


As notificações de ocorrência de escorpiões devem ser feitas às secretarias municipais de saúde. A amostra é enviada para identificação taxonômica e o município, após receber o resultado laboratorial, realiza as medidas de vigilância e controle. A identificação das espécies peçonhentas é realizada pelo Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT) e por laboratórios municipais e regionais do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RS). Após a confirmação da presença do escorpião-amarelo, são desencadeadas ações de vigilância ambiental na área suspeita de estar infestada.


O escorpião não ataca, apenas se defende. Ferroa apenas quando é molestado, para se defender, ou seja, quando alguém coloca a mão ou se encosta nele intencionalmente ou sem perceber.

Em caso de picada

O atendimento do acidente pela picada é encaminhado a hospitais com a disponibilização de soro pela vigilância epidemiológica da Secretaria da Saúde (SES). O plantão de emergência do CIT/RS, disponível 24 horas pelo telefone 0800-721-3000, registra acidentes pelas picadas dos peçonhentos e orienta o uso de soros.

Controle

Para controle do escorpião-amarelo, são importantes as limpezas de terrenos baldios, quintais e jardins. Os escorpiões alimentam-se, principalmente, de baratas, procurando abrigos infestados por esses insetos. Assim, o controle de baratas deve compor as medidas de manejo.


A restrição do acesso à água é decisiva para a sua sobrevivência. Mesmo em situações de falta de alimento, se houver acesso à água da chuva ou gotejamento de canos, eles podem permanecer escondidos por períodos que podem passar de 12 meses. Ainda, a restrição de alimento não interfere no tamanho ou peso de ninhada do escorpião-amarelo, que mantém boa capacidade reprodutiva por mais de meio ano mesmo sem alimentação.


Outra medida essencial é manter fossas sépticas bem vedadas e paredes externas e muros rebocados, sem vãos ou frestas. Nas áreas internas de domicílios, utilizar telas em ralos, pias e tanques; vedar vãos e frestas em paredes, soleiras de portas e rodapés soltos. As portas devem permanecer fechadas e estarem bem ajustadas ao batente, nas laterais e nas partes superiores. Manter todos os pontos de energia e telefone vedados.


Preservar os predadores naturais dos escorpiões também é uma forma de controlar a população do aracnídeo, especialmente aves de hábitos noturnos (como corujas e joão-bobo), pequenos macacos, quati, lagartos, sapos, gansos e gambás.


Não é recomendado o uso de inseticidas. O produto exerce uma ação irritante podendo causar acidentes pelo desalojamento dos peçonhentos. O que também torna os escorpiões resistentes aos venenos é o fato de permanecerem longos períodos em abrigos naturais ou artificiais que impedem que o inseticida entre em contato com eles. O animal também possui capacidade de permanecer com seus estigmas pulmonares (aberturas que permitem a respiração) fechados por um longo período.


A Divisão de Vigilância Ambiental do Centro Estadual de Vigilância (Cevs) orienta que a captura mecânica de escorpião-amarelo deve ser realizada por profissional habilitado.

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