Não há previsão de estiagem para 2025

PREVISÃO. Se houver, La Niña será fraca e de curta duração

O instituto Climatempo divulgou nesta quinta-feira, 12, seu prognóstico para o verão 2024/2025, que inicia no próximo dia 21, baseado em dados da Organização Meteorológica Mundial (WMO). Segundo ela, há 55% de chance do fenômeno “La Niña” se desenvolver entre dezembro deste ano e fevereiro de 2025. No entanto, a previsão é de um evento fraco e de curta duração, retornando às condições neutras entre fevereiro e abril.

Para tranquilizar, sobretudo o setor agropecuário do Rio Grande do Sul em relação a um novo episódio de estiagem, soma-se as informações da Secretaria de Agricultura do Estado, O meteorologista e coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), Flávio Varone, afirma que trabalham com um padrão de redução das chuvas no verão, mas não em períodos longos e severos, que configurem seca, inclusive no Vale do Caí. “Os eventos de chuva ficarão mais esparsos, mas, no geral, não deve faltar umidade e deve transcorrer normalmente a safra em andamento e a safra de verão, em todo o estado”, decretou.

Existe inclusive uma incerteza em relação a ocorrência da La Niña; mas se houver o será fenômeno de fraca intensidade e de curta duração. Este é um prognóstico positivo, pois anos de La Nina fraca representam boas produções na estação. “Claro, sempre é bom ressaltar que o período de verão traz algumas estiagens localizadas, isoladas e de curta duração, de 10, 12 as vezes até 15 dias”. Passadoo primeiro trimestre 2025, no início do outono em abril, a condição climática – com chuva – estará mais dentro da normalidade.

Emater também tranquiliza

O extensionista da Emater em Montenegro, técnico em agropecuária Valmir Michels também tem avaliação positiva para o verão. Segundo ele, há acúmulo (reserva) de água do solo em função das recentes precipitações, logo, pequenos períodos sem chuva em nada prejudicarão o desenvolvimento da citricultura. “Ao contrário, sendo pequenos períodos, contribui na sanidade dos pomares, possibilitando redução de aplicações de agrotóxicos e mesmo assim mantendo o pomar em boas condições fitossanitárias”, garante.

Então, a não ser pelos estragos das enchentes, há esperança na recuperação do setor a partir de março de 2025. O extensionista explica que, de maneira geral, os pomares se recuperaram muito bem; com exceção daqueles que ficaram muito tempo inundados e teve perda de plantas. “Mas no geral, está muito bom, com uma previsão de excelente safra, se tempo assim continuar”, projeta.

Impactos limitados

Ainda na avaliação do Climatempo, embora La Niña tenha um efeito temporário de resfriamento, a WMO alerta que isso não é suficiente para reverter o aquecimento global causado pelas atividades humanas. O ano de 2024 está a caminho de se tornar o mais quente já registrado, impulsionado por gases de efeito estufa na atmosfera e pelos efeitos do El Niño no início do ano.

Dias sem chuva nem se comparam com as secas de 2021, 2022 e 2023

Previsão climática global

As previsões da WMO são em nível global, portanto é conveniente destacar seu alerta em relação às temperaturas acima da média, que persistirão na maior parte das áreas terrestres e oceânicas. As previsões de chuvas entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 também seguem padrões associados a La Niña, com uma gradiente de temperatura da superfície do mar positivo de leste para oeste, impactando os padrões sazonais.

Os fenômenos naturais como El Niño e La Niña agora ocorrem em um cenário de aquecimento global crescente. Isso está intensificando eventos climáticos extremos, alterando padrões de temperatura e chuva e afetando setores sensíveis ao clima.

O que é La Niña?

La Niña é caracterizada pelo resfriamento das temperaturas da superfície do oceano na região central e oriental do Pacífico Equatorial, acompanhado de alterações na circulação atmosférica, como ventos, pressão e padrões de chuva. Em geral, La Niña provoca efeitos climáticos opostos aos do El Niño, especialmente nas regiões tropicais.

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