Mec avalia proibição de celular na escola

As tecnologias fazem parte do dia a dia e é preciso saber usá-las

O Ministério da Educação (MEC) está nos preparativos finais para anunciar um projeto de lei que visa proibir o uso de celulares em escolas públicas e privadas no Brasil. Segundo o MEC, essa iniciativa oferecerá segurança jurídica para estados e municípios que já estavam discutindo a proibição, embora ainda não haja uma data exata de divulgação.

Em julho, a Unesco publicou um relatório sugerindo que celulares sejam banidos das escolas, destacando que restrições semelhantes já existem em países como França, EUA, Finlândia, Itália, Espanha, Portugal, Holanda, Canadá, Suíça e México.

Na França, o uso de celulares é proibido nas escolas para alunos de até 15 anos desde 2018, embora alguns ainda resistam a entregar os aparelhos. Na Holanda, desde 1º de janeiro, celulares e outros dispositivos eletrônicos estão banidos, exceto quando relacionados às aulas.

Na China, desde 2021, os alunos não podem levar smartphones, e os pais devem solicitar permissão para isso. Já a Finlândia também discute medidas contra celulares nas escolas, com várias cidades já implementando proibições e o governo preparando uma nova lei.

Necessidade de Educação
De acordo com o Pós-PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, precursor em alertar sobre o tema em artigos, entrevistas e matérias desde 2018, apenas proibir o uso de celulares não é o suficiente, apesar de já ser um grande passo.

O uso exagerado de celulares, notebooks e tablets pode torná-los em uma distração. Foto: freepik

“O uso de dispositivos móveis na escola prejudica o aprendizado e contribui para aumentar casos de ansiedade, dificuldade de manter o foco e facilita o desenvolvimento de vícios, por isso, não basta apenas limitar a certos horários ou a certas idades, é preciso que seja uma proibição mais ampla”, afirma Dr. Fabiano.

Ele também ressalta a importância de educar os pais sobre como lidar com o uso de tecnologia pelos filhos: “Mas apenas proibir não é o mais importante, é fundamental incluir outras medidas, como educar os pais a como lidar com o uso de tecnologia pelos filhos, pois de nada adianta proibir nas escolas e eles serem usados em todas as horas em que estão em casa, por exemplo”.

Dr. Fabiano sugere ainda a inclusão de disciplinas ou conteúdos nas grades curriculares que ensinem os alunos a usarem de forma controlada a tecnologia: “Também seria muito bom incluir disciplinas ou conteúdos nas grades curriculares que ensinassem os alunos a usarem de forma controlada a tecnologia, esses dispositivos estão presentes na maior parte do nosso dia a dia, mas nunca aprendemos sobre o uso responsável deles”.

O projeto de lei do MEC, portanto, é um passo importante, mas deve ser acompanhado de uma abordagem educacional abrangente para garantir que os alunos aprendam a usar a tecnologia de maneira responsável e saudável.

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