Depois do leite e da carne, agora é a vez dos brasileiros começarem a olhar com desconfiança para o azeite. É que o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) identificou irregularidades em 45 marcas de azeite, entre 140 coletadas para teste nos últimos dois anos. As amostras foram colhidas em 12 estados e no Distrito Federal. De um total de 322.329 litros, 207.579 apresentaram problemas. A equipe de fiscalização inspecionou 279 amostras de 214 lotes. Do total, 79% das irregularidades eram relacionadas a baixa qualidade.
Entre os problemas encontrados, um dos mais comuns é a utilização de óleo vegetal com azeite lampante, que tem cheiro forte e acidez elevada. Ele é extraído de azeitonas deterioradas ou fermentadas, que não devem ser destinadas à alimentação. Foram identificadas marcas, inclusive, que vendiam produto como azeite de oliva, mas com composição de 85% de óleo de soja e 15% de lampante.
As fraudadoras foram autuadas, multadas em até R$ 532 mil por irregularidade encontrada. Além disso, os produtos foram apreendidos para descarte. As empresas também foram denunciadas ao Ministério Público. O próximo passo é a abertura de inquérito policial. Entre as marcas que apresentaram irregularidades estão a Astorga, Carrefour, Almeirim e Conde de Torres, entre outras. Já Andorinha, Aro, Apolo, Borges, Belo Porto, Carrefour Discount, entre outras, passaram nos testes.
Classificação
O azeite de oliva virgem pode ser classificado em três tipos: o extra virgem, com acidez entre 0,8% e 2%; virgem, de acidez menor que 0,8%; e o lampante, com acidez maior que 2%. Os dois primeiros podem ser consumidos in natura, mantendo todos os aspectos benéficos ao organismo. O terceiro, tipo lampante, deve ser refinado para ser consumido, quando passa a ser classificado como azeite de oliva refinado.
Atenção na escolha
Na hora das compras, analise o rótulo do produto e olhe o preço médio. Azeites com preço muito abaixo da média costumam ter falhas de procedência e problemas na qualidade.