Tabagismo também afeta mulheres

Nas páginas 18 e 19 você leu a respeito do tabagismo no entre os homens, no contexto do Novembro Azul. Mas, é claro, este é um mal que também afeta às mulheres. “Eu queria me libertar”, conta Patricia Scheid, de 51 anos, que parou de fumar há mais de sete. Além de buscar libertação do vício, ela também não gostava do cheiro do cigarro, da incomodação que a tosse e o pigarro lhe traziam e, principalmente, sentiu muito ao perder o pai e a mãe para o câncer em decorrência do cigarro. “Minha mãe chegou a ir ao hospital, fez alguns exames. Eu fui com ela. O médico achou algo incomum no esôfago e alertou que se ela não parasse de fumar, aquilo provavelmente se desenvolveria e viraria um câncer. Ela não parou e quando vimos estava tomada pelo câncer. Meu pai também foi assim. Por isso e espero, sinceramente, que eu tenha conseguido parar de fumar a tempo de evitar tudo isso”, ressalta.

Patricia, que também participa do grupo de ex-fumantes, conta que antes de conseguir se livrar do vício participou de campanhas em Montenegro 20 anos atrás, mas esta luta foi perdida, dando espaço a uma depressão. “Não usei medicação nenhuma. Parei na cara e na coragem, mas daí a depressão chegou de mansinho. Não tinha mais os grupos que eu participava e o cigarro me venceu. Mas não me dei por vencida” relembra. Por isso, faz sete anos que Patricia está livre do seu antigo vício. Mas, nada foi fácil. Ela afirma que após a tentativa falha de largar os cigarros, ela voltou a participar de campanhas e precisou de muita força de vontade, apoio e determinação para que se mantivesse longe do vício. “Eu comecei a ir às reuniões, marquei para a semana seguinte para parar de fumar e parei, graças a minha força de vontade, ao apoio que recebo sempre da minha família continuo sem fumar. É essencial desejar parar”, pontua.

“Comemoro cada dia sem nicotina”
Um dos maiores desafios para Patricia foi a perda do pai, há cerca de quatro anos, ocorrida durante seu processo de deixar de ser fumante. Ele também morreu em decorrência do uso da nicotina por muitos anos e estava tomado pelo câncer ao falecer. “Passei por momentos bem difíceis e em nenhum momento apelei para o cigarro para que me ajudasse. A perda do meu pai foi muito triste para mim, mas consegui superar sem o cigarro. Teve momentos em que eu tive vontade de fumar, mas me conscientizei de que isto não me pertence mais”, destaca.

Hoje em dia, Patricia afirma que se sente feliz e tranquila, com a certeza de que o vício não faz mais parte de sua vida. “No momento, faço uso de alguns medicamentos que me ajudam, mas já fiquei alguns anos sem eles e estava bem”, conta. Ela relembra que na época em que decidiu parar de fumar, tanto da primeira quanto da segunda vez, sentia a necessidade de substituir o cigarro de alguma maneira. Principalmente doces fizeram com que ela engordasse 30 quilos tentando sobrepor a falta do vício. “Nas reuniões, diziam que não podíamos largar o cigarro e descontar nos doces, por exemplo. Ganhei peso, mas agora estou me sentindo segura para realizar uma dieta. Nós do grupo de ex-fumantes temos nutricionista para nos atender. Eu ainda não a procurei, mas vou”, afirma.

Patricia, atualmente muito bem resolvida sem o cigarro, pontua que os benefícios após colocar um ponto final no vício são sentidos nas mais diversas áreas de sua vida. “Não queimo mais dinheiro, minha saúde está em primeiro lugar, minha casa e eu não cheiramos mais a cigarro, tenho mais fôlego. Na atualidade comemoro cada dia sem nicotina. É uma vitória particular que eu amo comemorar com boas risadas.” Como um conselho a quem já passou por uma experiência parecida ou não deseja passar, Patricia faz um apelo. “Não fume. O cigarro é uma droga lícita. Quem fuma, por favor, larga enquanto dá tempo. Procura ajuda, porque tem tratamento. Quando tu deixa de fumar, passa a viver”, finaliza.

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