A Salmonela é uma condição médica causada por um gênero de diferentes tipos de bactérias que contaminam alimentos diversos, causando intoxicação alimentar. A bactéria se reproduz em alimentos indevidamente acondicionados e higienizados, principalmente os que possuem alto teor de umidade e proteína. A Salmonela nos ovos mal-cozidos é muito conhecida, mas poucos sabem que carnes de aves, como o frango e o pato, o leite não pasteurizado e seus derivados e até mesmo a água são passíveis de contaminação pela bactéria, assim como frutos do mar. Vale lembrar que a Salmonela pode se desenvolver em sobremesas, dependendo de sua composição.
Como a transmissão se dá com a ingestão de alimentos contaminados com fezes de animais, a bactéria é encontrada normalmente em animais como galinhas, porcos, répteis, anfíbios, vacas e até mesmo em animais domésticos, como cachorros e gatos. Dessa forma, qualquer alimento que venha desses animais ou que tenha entrado em contato com suas fezes pode ser considerado vias de transmissão da Salmonela. O contato com alguns animais infectados também pode transmitir a doença, se logo depois as mãos não forem lavadas.
A nutricionista montenegrina Cristiane Junges pontua que ao ingerir um alimento contaminado pela Salmonela, o quadro típico de intoxicação alimentar causa dor de cabeça, náuseas, diarreia, dor abdominal, cansaço, calafrios, febre e algumas vezes vômito. Por isso, tenha muito cuidado com o manuseio dos alimentos. Nos casos mais graves, quando a bactéria se espalha pelo corpo e causa sintomas mais intensos, pode ser necessário iniciar o uso de um antibiótico ou até de internação hospitalar. “Por esse motivo, todos os casos suspeitos de infecção devem ser sempre avaliados por um médico”, ressalta.
Os sintomas podem surgir entre 6 e 72 horas (usualmente entre 12 e 36 horas) após o consumo do alimento contaminado e costumam permanecer por cerca de 2 a 7 dias, até a completa recuperação do paciente. Os sintomas também variam de intensidade de acordo com a quantidade de alimento contaminado ingerido e o nível de contaminação do alimento.
Previna!
Para prevenir a contaminação, é preciso ter bons hábitos de higiene, refrigerar adequadamente os alimentos e lavar sempre as mãos antes de comer. “Se, por acaso, ocorrer um acometimento de infecção por Salmonela, não há uma conduta especifica. Recomenda-se uma hidratação adequada e repouso. A hidratação pode ser por água, soro caseiro, chás e sucos naturais”, destaca Cristiane Junges. A nutricionista Zuraica Amanda de Vargas, integrante da Vigilância Sanitária de Montenegro, afirma que a higienização dos alimentos pode reduzir o risco de contaminação, mas em nada vale se as mãos não são limpas antes do consumo ou do preparo dos alimentos.
Atualmente, o custo de vida tem aumentado e para conseguir driblar este contexto, as pessoas têm usado a criatividade para se nutrir adequadamente. Com isso, a Cristiane lembra do aumento do consumo do ovo. Este alimento rico nutricionalmente, versátil e de fácil preparação precisa de cuidados ao ser ingerido. Um ponto muito importante é realizar a devida refrigeração do alimento. Poucas pessoas sabem, mas, o ovo deve passar por um processo de cozimento de sete minutos no mínimo antes da ingestão.
É importante observar se o ovo é fresco. “Depois de aberto, quase não tem cheiro, a clara é límpida e gelatinosa, a gema deve ser saliente, firme e integra”, explica Cristiane. “Também é preciso considerar o sistema de pasteurização de ovos que reduz substancialmente o risco de contaminação pela bactéria”, conclui.
Inspeção verifica as condições sanitárias
Zuraica explica que no município, a equipe de Vigilância inspeciona as condições higiênico-sanitárias e físico-estruturais dos estabelecimentos, com base na Resolução Anvisa nº 216 de 2004, que dispõe sobre o Regulamento Técnico de Boas Práticas para Serviços de Alimentação. “Exige-se a manutenção das condições mínimas de saúde, com avaliações dos processos de trabalho e da permanente capacitação técnica referente às boas práticas de manipulação dos alimentos”, ressalta.
Ela ainda relembra a importância de se atentar à higiene em lancherias e restaurantes. “É de extrema importância a higienização do ambiente de trabalho. Por se tratar de um micro-organismo, é invisível a olho nu e deve-se atentar às condições gerais de higienização dos locais onde são oferecidos quaisquer alimentos para consumo”, conclui.
Na resolução, o regulamento de boas práticas aplica-se aos serviços de alimentação que realizam algumas das seguintes atividades: manipulação, preparação, fracionamento, armazenamento, distribuição, transporte, exposição à venda e entrega de alimentos preparados ao consumo, tais como cantinas, bufês, comissarias, confeitarias, cozinhas industriais, cozinhas institucionais, delicatéssens, lanchonetes, padarias, pastelarias, restaurantes, rotisserias e congêneres.
Nestes locais, as caixas de gordura devem ser periodicamente limpas; o descarte dos resíduos deve atender ao disposto em legislação específica e a área de preparação do alimento deve ser higienizada quantas vezes forem necessárias e imediatamente após o término do trabalho. Ainda, os funcionários responsáveis pela atividade de higienização das instalações sanitárias devem utilizar uniformes apropriados e diferenciados daqueles utilizados na manipulação de alimentos.
Recomendações
• Lave as mãos com frequência, especialmente antes das refeições e do preparo das mesmas;
• Evite consumir alimentos à base de carne crua ou mal passada, nem mesmo os industrializados;
• Redobre a atenção com o preparo e cozimento da carne de frango e galinha;
• Tenha cuidado com os ovos, que devem ser bem cozidos. Lembre-se de que pratos como a maionese feita em casa, por exemplo, incluem a adição de ovos crus como ingrediente e são grandes transmissores de Salmonelose;
• Beba só leite pasteurizado ou fervido;
• Lave bem verduras, legumes e frutas. Deixe-os mergulhados em água com hipoclorito de sódio ou uma colher de chá de água sanitária;
• Lave bem os utensílios de cozinha, especialmente quando usados na preparação de carnes cruas;