Quatro meses de evolução da pandemia na região

Covid-19. De abril ao fim de julho, contaminação se espalhou nas 21 cidades monitoradas pelo Jornal Ibiá

Na última sexta-feira, 31 de julho, a região completou quatro meses desde a confirmação dos primeiros casos de Covid-19. Durante esse período, o Ibiá monitora dia a dia os dados divulgados por cidades do Vale do Caí e também Triunfo. O município de Triunfo foi incluído no controle do Jornal Ibiá devido a sua proximidade com Montenegro e o fluxo de pessoas entre as duas cidades em razão do Polo Petroquímico.

Os primeiros pacientes da região foram confirmados em 1º de abril, apenas 22 dias após a primeira confirmação no Estado e pouco mais de um mês após a divulgação do primeiro caso no Brasil. Tratavam-se de pai e filho, com 88 e 34 anos, residentes em São Sebastião do Caí. Eles teriam se infectado durante viagem para fora do Rio Grande do Sul. Felizmente, ambos se curaram.

Nesse mesmo período, um caminhoneiro de Harmonia já passava por tratamento e exames, com suspeitas de estar infectado com o novo coronavírus. Seu resultado positivo veio cinco dias após, em 6 de abril. Ele ficou internado, passou pela UTI do Hospital Unimed Vale do Caí e, após 20 dias de luta, recebeu alta, sendo considerado curado.

Após quatro meses, a região (Vale do Caí, mais o município de Triunfo) alcançou o registro de 1.778 casos, sendo que 36 pessoas foram a óbito, 1.317 se recuperaram e 425 seguem em tratamento. A curva de contaminação (laranja), que era bastante achatada na região, começou a ter picos e se verticalizar a partir de meados de junho, quando o número de casos começa a dobrar a cada duas semanas, em média. A boa notícia é que se a curva de contaminação segue crescente, as recuperações apontam para a mesma tendência.

Alguns municípios da região conseguiram zerar o número de casos ativos. São eles: Brochier (21 casos, todos curados); São Pedro da Serra (17 casos curados); Salvador do Sul (17 casos curados); Linha Nova (um caso, curado) e São José do Sul teve 24 confirmações, 22 curados e, infelizmente, dois óbitos registrados.



Dos 1.778 casos confirmados

O gráfico ao lado representa o total de casos confirmados em toda a região entre 1º de abril e 31 de julho de 2020. Nesse período, a taxa de recuperação nos nossos municípios foi de 74%, enquanto a média nacional é 68%. A primeira confirmação de cura veio em dose dupla: no dia 13 de abril, os primeiros pacientes confirmados com o novo coronavírus, em São Sebastião do Caí, foram considerados recuperados. No dia 31 de julho, são 1.317 que estão livres da doença.

Letalidade nos primeiros meses
Até 31 de abril região (Vale do Caí + Triunfo) contabilizava 36 óbitos, o equivalente a 2,02% do total de infectados. Vale ressaltar que no dia 30 de junho, a região contabilizava seis óbitos. Ou seja, 30, dos 36, ocorreram durante o mês de julho (uma média de quase um óbito por dia). Mesmo assim, a média local estava muito abaixo da taxa de letalidade no Brasil, de 3,5%. A cidade de São José do Hortêncio não consta nestes dados de letalidade, porque o primeiro óbito do município foi confirmado no dia 1º de agosto, sábado. Triunfo enfrenta um surto de Covid-19 em um asilo, e, embora apresente menos casos do que Montenegro, tem 12 óbitos (letalidade de 5,5%), ante sete vidas perdidas na Cidade das Artes (letalidade de 1,6%).

Municípios com maior número de testes realizados – e, portanto, de casos confirmados – tendem a ter uma taxa de letalidade menor. Isso porque a letalidade é medida pelo percentual das mortes em relação ao total de casos. Exemplo disso é São Vendelino, que com um óbito entre 11 pacientes confirmados tem letalidade de 9%. O mesmo ocorre em São José do Sul que, com dois óbitos em 24 casos confirmados, registra uma letalidade de 8,4%.

Cenário em Montenegro
O primeiro caso de Covid-19 foi confirmado em Montenegro em 8 de abril. Um mês depois, eram oito casos na cidade. Já no dia 31 de julho, a cidade, com mais de 65 mil habitantes, é a que tem o maior número absoluto de pessoas contagiadas na região: 428 no acumulado, 268 consideradas curadas, 153 estavam em recuperação e sete perderam a vida em razão do vírus.

Tanto a curva de contágio (laranja) quanto a curva de recuperados (azul) seguem uma tendência semelhante à registrada na região (Vale do Caí + Triunfo). Um dos pontos preocupantes é que a curva de casos ativos (verde) segue subindo. Isso significa que há mais confirmações do que a média de pessoas se recuperando em Montenegro. Vale ressaltar que a cidade – maior da região – tem dois hospitais regionais que recebem pacientes de outros municípios.

Vacinas são esperança
Vacinas contra a Covid-19 estão sendo desenvolvidas em todo o mundo. Duas delas, inclusive, com testes realizados no Brasil. Os resultados são promissores e há expectativa de que possam ser produzidas em larga escala já no início de 2021, com expectativa positiva que sejam liberadas no final deste ano. Caso isso ocorra, os grupos prioritários para receber imunização seriam semelhantes aos da Gripe sazonal (H1N1).

Enquanto as imunizações não estão prontas, as medidas de prevenção seguem sendo: lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel e cobrir a boca com o antebraço quando tossir ou espirrar (ou utilize um lenço descartável) e o uso de máscara em locais públicos, além de evitar aglomerações.

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