Polvos de Crochê auxiliam a tranquilizar o bebê

Em tons claros de amarelo e um sorriso desenhado no rosto, o simpático bichinho remete a um quarto de criança e auxilia na humanização do ambiente. O uso de polvos de crochê em UTI Neonatal para ajudar a tranquilizar o bebê vem aumentando e começa a ser utilizado em Montenegro, no Hospital da Unimed Vale do Caí.

A iniciativa surgiu na Dinamarca, em 2013, e se espalhou pelo mundo, chegando ao Brasil, onde encontrou defensores que apontam melhora nos bebês que precisam ficar na UTI Neonatal e pediátrica. A ideia é que seus tentáculos remetem ao cordão umbilical e que os bichinhos acalmam as crianças. O Ministério da Saúde não proíbe o método, mas também não recomenda por não haver embasamento científico que ateste seus resultados.

A médica responsável pelo setor Augusta Luize Harff observa a preocupação em humanizar o ambiente, deixando as crianças mais confortáveis. Ela frisa, no entanto, que o principal é a presença da mãe na UTI. Em referência aos tentáculos, ela lembra que não tem a consistência nem a pulsação do cordão umbilical, apenas o formato é semelhante.

A médica afirma que o assunto vem sendo estudado no Hospital da Unimed e foram realizados contatos com um hospital de Brasília, onde os polvos são usados. Para decidir pela implantação, contribuiram os relatos de melhora na frequência cardíaca, além de que os bebês ficam mais calmos na incubadora e não retiram a sonda.

O primeiro a utilizar o polvo de crochê na instituição do Vale do Caí é um menino que nasceu com 28 semanas. Para ser usado com os bebês, o bichinho é feito com linha 100% algodão e sem nada de enfeites. Os olhos e boca também são bordados com linha 100% algodão. E antes de ser utilizado, ele é esterilizado. “Cada prematuro tem o seu e na alta leva para casa”, acrescenta Augusta.

Chaiane e Erick

Polvo doado por uma mãe
O polvo usado no hospital da Unimed foi doado pela dona de casa Chaiane Santos, moradora de Tupandi. Ver uma reportagem sobre o assunto e a experiência de ter um filho prematuro a incentivou a fazer. “Acho que, se na época tivesse um (polvo) teria facilitado, pois a gente fica mais tranquila se ele está mais tranquilo”, observa, recordando o nascimento de Erick. O menino nasceu há um ano com 30 semanas.

Chaiane pesquisou sobre o tamanho e o tipo de linha apropriado. Para fazer, afirma que foi rápido. Pegando aos poucos, conforme a disponibilidade de tempo, em dois dias estava pronto. Ela ficou feliz ao saber que o bichinho de crochê está sendo útil e inclusive se dispõe a fazer outros.

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O Ministério da Saúde não orienta o uso de polvo de crochê como instrumento terapêutico para a recuperação de bebês prematuros internados, pois não há embasamento científico sobre o assunto. O órgão, porém, não proíbe a utilização. O polvo, desde que respeitadas às normas de controle de infecção hospitalar, pode ser utilizado na UTI Neonatal e pediátrica como brinquedo.

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