No período menstrual, para cada sintoma uma solução

Para algumas mulheres, o período menstrual acarreta em muitas dificuldades. As alterações hormonais podem interferir em muita coisa, do surgimento de acne, mudanças de humor e dores pelo corpo. Nenhuma gera mais reclamações que as temidas cólicas. Mas será que as mulheres conseguem perceber que seu corpo reage de maneira diferente em cada fase do ciclo menstrual? Sabia que é possível amenizar os sintomas que chegam junto com o período menstrual de forma natural e saudável?

Naila Andrade, Antropóloga
Foto: reprodução internet

Segundo a antropóloga Naila Andrade, os processos que ocorrem no ciclo menstrual são regidos por uma orquestra perfeita e sincrônica de hormônios. Ela explica que cada mulher apresenta padrões cíclicos de sensações ao longo de seu ciclo menstrual. “De repente você nota uma espinha, inchaço, dor de cabeça, que sempre aparece, mas não se dá conta exatamente quando é. Ou as questões mais sutis, como sentir-se mais intuitiva, amorosa, disponível para as pessoas em certos momentos”, explica.

Por isso, é muito importante para cada mulher conhecer seu ciclo menstrual, seu corpo, sua fertilidade e apropriar-se do conhecimento necessário para manter a saúde com autonomia e liberdade. A cólica menstrual, por exemplo, acontece porque o endométrio – tecido que reveste o útero preparando-o para uma possível gestação – aumenta de espessura e quando a fecundação não ocorre, é expelido na forma de sangramento, a menstruação, causando contrações.

Sintomas físicos e emocionais
Para aliviar sintomas físicos que podem ocorrer no período menstrual, como a dor de cabeça, é aconselhável beber bastante água, além de praticar atividades físicas leves. Para a cólica, uma solução alternativa aos remédios para a dor, pode ser a bolsa para água quente. Segundo o fisioterapeuta da Mercur, de Santa Cruz do Sul, Regis Severo, o calor proporcionado pela bolsa auxilia no relaxamento dos músculos abdominais, que normalmente apresentam-se tensos devido à contração constante, os chamados espasmos.

Ele explica que o calor não altera o fluxo menstrual como se pensa, tampouco tem efeito direto sobre o útero, uma vez que atinge apenas músculos superficiais. “Por conta da postura mais encolhida que as mulheres adotam instintivamente para se proteger da dor, os músculos acabam permanecendo contraídos e tensos, o que gera mais dor, caracterizando um ciclo composto por estágios de dor e espasmos. O que o calor promove é a quebra desse ciclo, a partir do relaxamento muscular, amenizando a dor abdominal”, esclarece Severo.

Autoconhecimento para buscar alternativas saudáveis

Do ponto de vista biológico, o ciclo menstrual é dividido em dois momentos: fase folicular e fase lútea. A menstruação dá início à fase folicular; já a ovulação é a fase lútea. Naíla, que é uma das autoras da Mandala Lunar, um diário/agenda para anotações dos ciclos femininos em sintonia aos ciclos da Lua e da natureza, explica na publicação que na escola, quando se estuda o ciclo menstrual, geralmente se aprende sobre esse processo de forma muito rápida e de um ponto de vista externo.

Aprofundando, é possível compreender que os hormônios dos ovários, estrogênio e progesterona, são responsáveis por muito do que reverbera no corpo e nas emoções durante o ciclo. Na fase folicular, ainda no período menstrual, há pouco estrogênio e progesterona no corpo e é comum sentir cansaço e fadiga. Já na fase lútea, é comum sentir as emoções com mais intensidade, cansaço, inchaço, aumento de apetite, dor nos seios, acne e diminuição da libido causadas pela ação da progesterona.

“Não se ensina às meninas como ler nossos corpos e as mudanças sutis que ocorrem durante nosso ciclo. É preciso paciência para esperar nosso organismo encontrar seu próprio equilíbrio, ajudando-o através de uma alimentação saudável, exercícios físicos, exposição à luz da Lua e do Sol, assim como outras terapias como acupuntura e o uso das plantas medicinais”, afirma a antropóloga.

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