Mortalidade infantil: podemos reduzir os casos?

A notícia de que o Brasil, após décadas – desde 1990 – de queda, voltou a apresentar crescimento nos índices de mortalidade infantil em 2016 preocupou médicos, pais e a sociedade no geral. Segundo o Ministério da Saúde, em nível de Brasil, fatores como a epidemia de Zika e também a crise econômica, têm papel na piora da situação. Foram 14 casos a cada mil nascidos em 2016, um acréscimo de 4,8% sobre 2015, quando foram 13,3 mortes a cada mil nascimentos registrados. Ainda assim, muito melhor que no passado. Nos anos 1980, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil chegou a registrar 82,8 mortes por mil nascimentos. Os dados de 2016 são os mais recentes divulgados.

Mas o Brasil, como país continental que é, reúne dados que não representam em plenitude cada um dos estados ou, ainda, as regiões que compõem cada um deles. Em qual situação o Vale do Caí se encontra? O Jornal Ibiá pesquisou a evolução da mortalidade infantil no Vale do Caí por uma década – de 2006 até 2016 – considerando os dados do Portal DataSus e detalhou as informações das duas maiores cidades – Montenegro e São Sebastião do Caí – junto às prefeituras. Os números consideram o chamado “Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI)” e é obtido considerando quantas crianças nasceram vivas e quantas menores de um ano vieram a óbito em cada ano. Por isso, a morte de uma criança numa cidade pequena, de menor população e com número inferior de nascimentos, pode elevar o CMI desse município em comparação com outros, maiores. O coeficiente pode ser alto, mas não grave, pois ele não traduz exatamente gravidade. Ou seja, quando alto ele pode significar que a situação de saúde é grave, mas ele não.

Nos dados de Montenegro (veja abaixo tabela completa), município com aproximadamente 65 mil habitantes segundo o Censo 2016, é possível perceber que na última década a mortalidade caiu. Em 2006 foram 895 nascimentos e oito óbitos, levando a um coeficiente de mortalidade infantil de 8,9. Em 2016 com 904 nascimentos e quatro mortes o CMI foi de 4,4 e, em 2017, último ano com dados fechados, foi de 928 nascimentos e cinco mortes gerando um coeficiente 5,4. Porém, há anos com registros considerados muito discrepantes. O coeficiente (20,12) de mortalidade infantil em 2015 foi o mais alto observado no período analisado.

Já os números do município de São Sebastião do Caí, com população aproximada a 24 mil habitantes segundo o Censo 2016, apresentam coeficientes de mortalidade mais altos e graves na maior parte dos anos avaliados. E não é percebida qualquer tendência de queda. Em 2006 a segunda maior cidade do Vale do Caí teve 305 nascimentos vivos e quatro óbitos de menores de um ano, gerando um coeficiente de 13,1. Já em 2016 foram 341 nascimentos contra quatro registros de mortalidade infantil e um CMI de 11,7. Em 2017 o CMI foi de 14,9, no resultado de 341 nascimentos vivos e quatro casos de mortalidade infantil. Abaixo você vê a tabela com os dados detalhados.

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