Hospital Montenegro avalia positivamente o ano de 2019

Mesmo equilibrando contas, HM pode deixar de ser 100% SUS no próximo período

O Hospital Montenegro 100% SUS é uma instituição de grande porte e referência para 14 municípios do Vale do Caí. Na última semana, foi apresentado o balanço de atividades do ano de 2019, e muitos avanços foram comemorados. Além de receber prêmios e quitar dívidas, o HM pode dar inicio a diversos projetos de expansão. Apesar disto, o hospital considera a idéia de deixar de ser 100% SUS em 2020, devido a contas e cortes.

O mamógrafo iniciou os testes em junho deste ano

Muito mais do que atividades rotineiras, as ações desenvolvidas no ano foram pequenas vitórias na saúde. Segundo o diretor Administrativo do Hospital Montenegro, Carlos Batista da Silveira, apesar do inverno severo, com muitas consultas e internações, o ano foi de grande valia. “Eu avalio esse ano positivo, porque conseguimos equilibrar um pouco as contas e fazer avanços”, diz.

O HM realizou, em 2019, 2.685 procedimentos cirúrgicos, 15.971 consultas de especialidades, 5.125 internações, 30.028 atendimentos na emergência e 1.026 partos, sendo 532 cesárias e 494 parto normal, até o dia 17 de dezembro.

No decorrer do ano foram diversas ações e parcerias. Em janeiro, o HM recebeu um diagnóstico da consultoria feita com o Hospital Sírio Libanês. O trabalho foi custeado pelo Banrisul, e segundo Carlos Batista, 80% das propostas avaliadas já foram aplicadas. Em 22 de fevereiro o HM pode também comemorar 88 anos de história. “Agora estamos nos preparando para os próximos 88 anos”, fala o diretor.

Em março, o Hospital Montenegro recebeu o Selo UTI Eficiente 2019, concedido pela Epimed Solutions. O sistema Epimed está em 450 hospitais e mais de 800 UTI’s e monitora 2 milhões de pacientes. No País 400 UTI’s são monitoradas e apenas cinco hospitais do Rio Grande do Sul receberam esse prêmio.
Outras duas vitórias do Hospital no primeiro semestre foi o retorno no ambulatório de Especialidades e Cirurgias Eletivas, suspensas desde novembro de 2018 devido à falta de repasses do Estado, e também o início do Mamógrafo, em fase de testes. “Logo depois o aparelho já estava funcionando normalmente, e foram 763 mamografias realizadas”, conta Carlos Batista. Instalado em uma das salas do HM, o aparelho que realiza um dos principais exames para o diagnóstico do câncer de mama estava parado desde que foi adquirido, ainda no ano de 2015.

De acordo com Carlos Batista, em junho o hospital equilibrou a situação financeira e teve todas as dívidas quitadas. “Nós também recebemos o Prêmio do Programa Angels, que reconhece a plena capacitação de sua equipe para o adequado manejo do AVC, que ainda é responsável por importante impacto social e econômico no Brasil”, completa.

O diretor administrativo, Carlos Batista da Silveira, avalia a possibilidade do HM deixar de ser 100% SUS

Com emenda recebida em 2017 no valor de R$ 350 mil, o HM iniciou neste ano a reforma de 19 quartos da Unidade de Atenção Especializada em Saúde (Internação Adulto). A expectativa é de que a unidade esteja pronta até a segunda quinzena de janeiro. “Em outubro realizamos a entrega oficial do sistema de endoscopia flexível, recurso concedido através de emenda parlamentar no valor de R$ 200 mil, que ajuda muito nos exames”.

Outra consultoria foi oferecida ao HM no final de 2019. Desta vez foi do Hospital Albert Einstein. Se tratando de dívidas, em setembro foi quitado R$ 13.781.342,11 de 12 anos de dívidas tributárias que o HM tinha através do PROSUS. O prazo dado em 2014 para quitar os débitos fiscais judicializados era de 15 anos. Mas, em apenas quatro, todo o valor foi pago.

Em dezembro ocorreu a abertura do edital da segunda fase da reforma na unidade de internação, com previsão de início para fevereiro de 2020. “Lançamos também, o que é uma alegria muito grande, principalmente para as mulheres, um edital para fazer um Centro Obstétrico e um Centro de Partos Naturais, aqui no 4° andar”, declara Batista.

Segundo Carlos Batista, a torre tem cerca de 46 anos e nunca foi usada. A previsão é de que após as empresas habilitarem-se, a obra comece em março de 2020, finalizando no final do ano. “O Ministério da Saúde acompanhou desde o início todo o projeto, então provavelmente aqui no Rio Grande do Sul a gente consiga ser o primeiro Centro de Parto Natural certificado pelo Ministério. Eu fico muito contente com isso”.

Até a última segunda-feira, 16, O Hospital Montenegro recebeu 763 doações da comunidade. “Foram doações de todos os valores, desde frutas, até tampinha de garrafa. É um número importante, quando tu vê que aqui são muitas pessoas ou grupos que fizeram o ato de doar, e isso é muito importante”.

100% SUS EM PERIGO

Em setembro o HM comemorou sete anos de adesão à portaria 100% SUS, porém este privilégio para Montenegro e região está correndo perigo. Carlos Batista relatou que o hospital terá que avaliar a possibilidade de, no seu próximo período, deixar de ser 100% SUS.

“Isso aparece nos diagnósticos. Nós fomos cortados em R$ 400.000,00 em 2017, e a gente fez ajustes variados, mas os custos com a saúde nos últimos cinco anos teve um corte na ordem de 53% e nós não tivemos nenhum tipo de equilíbrio econômico/financeiro, então eu acredito que o Hospital vai ter que pensar em outra alternativa”, completa.

De acordo com o diretor, o recurso do SUS têm reduzido drasticamente, e a direção não deixará o HM sofrer com isto.

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