Fiocruz inicia pesquisa com vacina da tuberculose para combater Covid-19

Imunização apresentou resultados no combate a outras doenças

A fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), iniciou na última segunda-feira, 19, no Brasil, um estudo com a vacina BCG que previne a tuberculose, com objetivo de minimizar o impacto da Covid-19 em trabalhadores de saúde. A expectativa é de incluir 2 mil voluntários em Campo Grande e 1 mil no Rio de Janeiro. Todos terão acompanhamento por contato telefônico semanalmente e caso apresentem qualquer sintoma do vírus em questão no estudo, poderão fazer a coleta do swab (cotonete) nasal para avaliação.

Também será feito teste de sorologia trimestralmente, para verificar a existência de possíveis infecções assintomáticas.
Os profissionais da área da saúde que são maiores de 18 anos, tais como: enfermeiros, médicos, técnicos, fisioterapeutas, recepcionistas, porteiros poderão participar do estudo, caso não tenham sido infectados com o covid-19 e não sejam participantes de outro ensaio clínico. Os testes fazem parte do chamado Brace Trial, que é um ensaio de fase III, que tem como objetivo avaliar se a vacinação ou revacinação com BCG pode reduzir o impacto da Covid-19 em trabalhadores de saúde.

Este estudo será feito em parceria com a Caixa de Assistência dos Servidores do Mato Grosso do Sul (Cassems) e da Secretaria Estadual de Saúde e é coordenado pelo médico infectologista e pesquisador da Fundação e da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), Julio Croda. O recrutamento dos voluntários será realizado pela Faculdade de Medicina da UFMS e os interessados devem realizar pré-cadastro no site.

Vacina BCG
A BCG (Bacillus Calmette-Guérin), é uma das principais vacinas utilizadas no mundo para outros ensaios clínicos que apontam ação da mesma em diferentes doenças.
Um destes experimentos, realizados com idosos que vivem na Grécia, demonstrou redução de 79% de infecções respiratórias após um ano de acompanhamento; já na África do Sul reduziu-se 30% em doenças infecciosas no nariz, garganta e pulmões. E quando realizado em Guiné-Bissau verificou-se também a diminuição de mortes em recém-nascidos, 38% a menos.

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