Atividade na Praça dos Ferroviários promoverá uma troca de experiências
O Autismo é um transtorno de desenvolvimento que geralmente aparece nos três primeiros anos de vida e compromete as habilidades de comunicação e interação social. Pais que convivem com a síndrome todos os dias continuam lutando também para que seus filhos sejam aceitos na sociedade e relatam que o preconceito é muito forte. Para trocar experiências vividas em casa e para relatar o assunto a quem ainda não tem conhecimento, alguns deles, em parceria com a vereadora Josi Paz, promoverão neste sábado um pedágio e algumas palestras na Praça dos Ferroviários, no Centro, as 14h.
Letícia Krugmann é uma das organizadoras do evento que pretende conscientizar os montenegrinos. Ela é mãe do Caio, que já sofreu com a falta de compaixão de muitos. “O meu filho foi sempre assim e ele não deve ser maltratado por isso. Nós queremos chamar a atenção para este problema que existe nas escolas, nas praças, em todo lugar”, diz. Caio tem sete anos, mas, de acordo com a mãe, seu desenvolvimento é de uma criança de três. “Faz parte da síndrome e eu não deixo de amar e cuidar dele por conta disso. Por isso luto para que ele e todos os outros sejam tratados com respeito por onde passarem”, comenta.
Autistas têm vários direitos garantidos por lei
No dia 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (Onu) em dezembro de 2007 para chamar a atenção para a condição e para as dificuldades que os portadores do transtorno. Um dos direitos das pessoas com Autismo é o passe livre no transporte estadual e interestadual, previsto na Lei Federal 8.899/94. A Lei Estadual 10.419/91 também prevê o passe gratuito intermunicipal, concedido às pessoas com deficiência física, mental e visual. As crianças e adolescentes ainda possuem os direitos previstos no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) e idosos, os estabelecidos no Estatuto do Idoso. O artigo 54 do ECA, por exemplo, declara que é obrigação do Estado garantir atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
No caso de algum direito ter sido desrespeitado, é possível procurar instituições e órgãos de defesa dos direitos do autista, como a Defensoria Pública. Em caso de discriminação, é necessário que a pessoa discriminada ou seu responsável vá a uma Delegacia de Polícia registrar um Boletim de Ocorrência para desencadear a investigação e a busca por punições.
SAIBA MAIS
1 – a maioria das pessoas com Autismo é boa em aprender visualmente;
2 – algumas pessoas com Autismo são muito atentas aos detalhes e à exatidão;
3 – geralmente possuem capacidade de memória muito acima da média;
4 – é provável que as informações, rotinas ou processos, uma vez aprendidos, sejam retidos;
5 – algumas pessoas conseguem concentrar-se na sua área de interesse especifico durante muito tempo e podem optar por estudar ou trabalhar em áreas afins;
6 – a paixão pela rotina pode ser fator favorável na execução de um trabalho;
7 – indivíduos com Autismo são funcionários leais e de confiança.