Estado firma contratos para ampliar consultas e exames

Iniciativa visa reduzir filas de espera nas áreas especializadas

O governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), firmou nessa quinta-feira, 30, contratos com 19 hospitais para a realização de 19,9 mil consultas e exames adicionais nas áreas de cardiologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia e oncologia. Os novos atendimentos são somados aos já contratados anteriormente.


Os recursos destinados à ampliação dos procedimentos fazem parte do programa federal Mais Acesso a Especialistas, que busca ampliar e qualificar o acesso a consultas e exames especializados. Na semana anterior, foram assinados contratos para disponibilizar 4,4 mil atendimentos em São Jerônimo, Erechim e Santa Maria, por meio de três hospitais.
No total, o Estado contará com 283,2 mil Ofertas de Cuidados Integrados (OCIs) anuais, categoria que inclui consultas e exames no programa federal. Até o momento, 177,8 mil procedimentos já estão assegurados com a adesão dos hospitais.

A previsão é de que, nas próximas semanas, novos contratos sejam assinados para oferecer mais 90 mil atendimentos em 66 hospitais de municípios sem gestão plena.
Segundo a secretária da Saúde, Arita Bergmann, a implementação do Gercon, sistema de gerenciamento de consultas, permitiu desde 2023 uma visão mais clara da demanda por atendimentos no Rio Grande do Sul, possibilitando um planejamento mais eficiente. O Estado foi primeiro a estruturar sua participação no programa Mais Especialistas, com o plano entregue em setembro.


A superintendente do Ministério da Saúde, Maria Celeste Sems, ressaltou a necessidade de conjuntos de esforços entre Estado e União para reduzir o tempo de espera dos pacientes, enfatizando que a formação de filas para atendimento é um desafio enfrentado em todo o país. A presidente do Conselho Estadual de Saúde, Inara Ruas, também reforçou essa realidade, apontando que a questão não se restringe ao Rio Grande do Sul.Iniciativa visa reduzir filas de espera nas áreas especializadas.

Hospitais beneficiados

Hospital Santo Antônio (São Sepé)
Associação dos Trabalhadores de Ronda Alta
Hospital de Caridade (Santo Ângelo)
Fundação Hospitalar de Rolante
Hospital Associação Santo Onofre (Cacequi)
Hospital Bom Pastor (Ijuí)
Hospital Caridade (Três Passos)
Hospital Comunitário e Beneficente de Nonoai
Hospital de Alvorada
Hospital de Caridade Nossa Senhora da Conceição (Piratini)
Hospital de Clínicas (Ijuí)
Hospital Nossa Senhora Aparecida de Camaquã
Hospital Montenegro (Montenegro)
Hospital Oswaldo Cruz (Horizontina)
Hospital Santo Afonso (Cândido Godói)
Hospital São Luiz Gonzaga (São Luiz Gonzaga)
Hospital São Roque (Getúlio Vargas)
Hospital Universitário Urcamp (Bagé)
Hospital Bom Pastor (Santo Augusto) 

Filas em Montenegro


Assim como em praticamente todos os municípios do Rio Grande do Sul, Montenegro tem pacientes na espera por consultas e exames especializados que são regulados pelo Estado. Conforme a secretária municipal de Saúde, Andréia Coitinho da Costa, não se sabe o número exato de pessoas que esperam por atendimento. “Depende da pactuação da CIB (Comissão Intergestores Bipartite). Primeiro, o paciente passa por atendimento na referência de média complexidade. Dependendo da avaliação e se o caso tiver uma demanda mais complexa, o paciente recebe um documento chamado DITA (Declaração de Impossibilidade Técnica de Atendimento) e é encaminhado para alta complexidade.
“Esses números não são visíveis no sistema”

Segundo Andréia, Situações que já são avaliadas pelo regulador podem ser encaminhadas diretamente para alta complexidade, como, por exemplo, Medicina fetal, Oftalmologia, Retinopatias e Hematologista. “Existem especialidades que acabam demorando mais pelo fato da referência não agendar com frequência os pacientes, tornando assim a fila de espera maior. A espera dependerá do critério do regulador do Estado e do quadro clínico do paciente.”, completa.

Espera por exames

Secretária de Saúde de Montenegro, Andréia Coitinho. Foto: ACOM/Prefeitura de Montenegro

Dados da Secretaria Municipal de Saúde de Montenegro apontam que, até a última semana de janeiro, 37 pacientes aguardavam por exames de tomografia. Segundo a secretária Andréia Coitinho, parte dessa demanda persiste porque alguns pacientes não atendem às chamadas telefônicas e as tentativas de busca ativa não têm sucesso.

A fila para exames de ressonância magnética soma 116 pedidos, a maioria encaminhada em dezembro de 2024. De acordo com a secretária, pacientes que aguardam há mais de um ano geralmente não atendem às chamadas nem são localizados nas buscas ativas. No ano passado, o município recebeu recursos para atender à demanda reprimida, permitindo a solicitação de 264 exames, incluindo solicitações que não foram absorvidas pela referência estadual.


Também há espera por espirometria, 286. O exame é realizado no município por uma empresa prestadora de serviço, conforme disponibilidade de agenda. A dificuldade na localização dos pacientes também impacta o andamento da fila.


Audiometria são 173 em espera. Segundo a secretaria, o Hospital Montenegro define a quantidade de exames realizados por meio de cotas liberadas periodicamente. Eletroencefalograma em espera são 16, seguindo o mesmo fluxo da audiometria.


Para mamografia, há 30 pacientes no aguardo. Contudo, Andréia explica que neste caso, não há lista de espera, pois os exames são agendados diretamente pelo setor de Regulação do município. No entanto, parte dos interessados não é localizada para a marcação do procedimento.
A Secretaria Municipal da Saúde reforça a importância de os pacientes manterem seus dados de contato atualizados para evitar atrasos nos agendamentos.

Demanda por especialidades

Entre as especialidades com maior demanda no município estão atendimentos em Traumatologia, Oftalmologia, Cirurgia Geral, Oncologia, Proctologia, Gastroenterologia e Ginecologia geral. Já as que apresentam maior dificuldade de acesso são Vascular, Neurologia, Neurocirurgia, Traumatologia de alta complexidade (especialidade que dependemos de cota), Bariátrica, Otorrino pediátrico, Urologia cirúrgico, Nefrologia.


A secretária Andréia reforça que o critério de prioridade é determinado pelo quadro clínico do paciente. “Esses pacientes que aguardam a Regulação do Estado são pacientes eletivos, ou seja, aqueles que conseguem entrar na fila de espera para aguardar a Regulação autorizar a consulta com a especialidade. Caso o paciente apresente alguma alteração no quadro clínico, esse deve buscar atendimento na referência para definição de conduta por um médico clínico”, aponta.

A secretaria municipal de Saúde de Montenegro forneceu dados de suas demandas. Foto: Arquivo Ibiá

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