Laboratórios não estão produzindo o suficiente para todo o Brasil
Assim como em diversas cidades do Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) de Montenegro também está com falta de medicamentos, problema que vem se agravando. Na Secretaria Municipal da Saúde (SMS) são 30 remédios em falta. De acordo com o secretário Rodrigo Streb, a lista de produtos faltantes é grande e atinge principalmente os itens mais comuns e de uso contínuo. Entre eles, o antibiótico Amoxicilina e o analgésico Dipirona. Mas também faltam medicamentos como o antiviral Aciclovir e antiinflamatórios, como Ibuprofeno e Prednisolona. Para evitar que as pessoas percam tempo na fila de espera e saiam frustradas, uma lista foi fixada na parede da farmácia na SMS.
Streb relembra que o problema, desta vez, não é de gestão e nem de falta de recursos. A responsabilidade é dos laboratórios, que não estão produzindo na quantidade necessária para assistir os usuários do SUS de todo o País. É por isso que Montenegro segue sem uma estimativa de entrega destes medicamentos. Até mesmo nas farmácias privadas há medicações em falta na cidade, segundo o secretário.
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com 2.469 prefeituras do Brasil mostra um cenário do desabastecimento de medicamentos nas cidades. Segundo a Prefeitura Municipal de Montenegro, mais de 80% dos gestores relataram sofrer com a falta de remédios para atender a população.
Streb destaca que a falta dos medicamentos prejudica muito as famílias de baixa renda, que, por não terem condições de adquirir as fórmulas na rede privada, muitas vezes, acabam interrompendo os tratamentos. “Em função disso, os problemas de saúde se agravam. É muito triste ver isso e não poder fazer nada”, lamenta. Ele reitera que os médicos, na medida do possível, devem prescrever medicamentos que não estejam faltando e que resolvam o problema do paciente.
As dificuldades começaram há alguns meses e, diante das cobranças de estados e municípios, o Ministério da Saúde chegou a publicar uma explicação. De acordo com o Governo Federal, os laboratórios alegam dificuldade na importação para conseguir alguns excipientes e materiais para a embalagem, bem como aumento do custo de produção provocado pela alta do dólar, dos combustíveis e da energia.
Os fabricantes também sustentam que houve alta inesperada da demanda e que a regulação de preços máximos não está de acordo com o cenário atual. Na prática, trata-se de pressão para que o Governo Federal pague mais. Na lista de argumentos dos laboratórios, ainda constam a crise no mercado causada pela pandemia de Covid-19, a guerra na Ucrânia e o lockdown na China.
Remédios em falta
Aciclovir 200mg
Alendronato 70mg
Amox + Clavu 500/125mg CP
Amox + Clavu Susp. 250/62,5mg
Amoxicilina Susp. 250mg/5ml
Azitromicina 600mg/15ml Susp.
Benzoato de benzila emulsão
Claritromicina 500mg
Clomipramina 25mg
Clonazepam gotas
Clorpromazina 25mg
Dexclorfeniramina xarope
Diazepam 10mg
Espironolactona 100mg
Estriol CR vaginal
Fenoterol 5mg/ml
Guaco xarope
Ibuprofeno 300mg
Ipratrópio 0,25mg/ml
Levodopa 100mg + Benserazida 25mg
Levotiroxina 50 mcg
Losartana 50mg
Nitrofurantoina 100mg
Paracetamol gotas
Prednisolona 15mg/5ml 60 ml
Risperidona 1mg
Risperidona 2 mg
Sais para reidratação
Salbutamol para nebulização
Tobramicina 3mg/ml colírio