É hora de falar da sexualidade feminina

Passam-se meses, anos…décadas e, mesmo assim, alguns assuntos parecem não perder o status de tabu. Apesar dos avanços que as mulheres conseguiram nas últimas décadas – saíram de casa, ganharam direito a voto, abrem seu espaço no mercado de trabalho – alguns temas ainda permanecem à sombra para elas. A sexualidade é um deles. Por questões culturais, que velam esse assunto desde a infância, falar de sexo, assumir suas vontades e, muitas vezes, até mesmo conhecer o próprio corpo, não é algo natural para o gênero feminino.

Bárbara Schneider, psicóloga

Um evento gratuito abordará esse tema em Montenegro no dia 16 de setembro, a partir das 9h, no auditório do Senac, localizado na rua Capitão Porfírio, 2.225, no centro. O workshop “Sexualidade Feminina: aspectos biológicos, emocionais e sociais” contará com a presença das psicólogas Gabriela Aldana Viegas e Bárbara Ahlert Schneider, e da fisioterapeuta pélvica Luísa Maurer. São 60 vagas disponíveis. As inscrições já ocorrem pelos telefones 51-999331191 e 51-997536583, através do evento “Workshop – Sexualidade Feminina” criado no Facebook ou, ainda, pelo e-mail [email protected]. É solicitado que os participantes levem um quilo de alimento não perecível, que será revertido para doação.
As profissionais que promovem o evento explicam que o objetivo é levar às mulheres – especialmente as da faixa etária dos 25 aos 50 anos – conhecimento sobre o tema da sexualidade feminina, abordando aspectos biológicos, emotivos e sociais.

Se falará dos medos e prazeres, além de tudo que envolve a questão do autoconhecimento feminino — tanto emotivo, quanto físico. Em geral, a mulher busca informação quando já tem um problema e chega até o profissional de saúde. “Entendemos que é necessário passar mais esclarecimentos sobre a sexualidade feminina, o que pode trazer melhora na sua vida emocional e sexual”, diz Luísa.

Aspectos biológicos, emocionais e sociais
O tema será abordado por diferentes pontos de vista. A psicóloga Bárbara Schneider abordará os aspectos emocionais, trazendo questionamentos sobre como a formação da mulher, sua criação, crenças e origem familiar podem influenciar na sua sexualidade. São fatores internos, da pessoa com ela mesma. E também interpessoais, isto é, dela se relacionando com o outro. “A sexualidade feminina ainda é um tabu. Merece ser trabalhada de forma plena e integral, junto do parceiro ou não”, diz Bárbara, que atua como psicoterapeuta de adultos e casais. Quem tem uma vida sexual plena e satisfatória, enfatiza, consegue um melhor rendimento nos demais aspectos da sua existência. “A sexualidade é uma parte importante na qualidade de vida do ser humano. Precisamos cuidar dela, assim como fazemos com lazer, saúde, trabalho, família, amor e tantas outras coisas às quais oferecemos atenção”, salienta Bárbara.

Gabriela Aldana Viegas, psicóloga

A também psicóloga Gabriela Aldana Viegas trará ao workshop o aspecto social, abordando a sociedade em que a mulher atual está inserida e em como isso afeta a sua vida sexual, suas escolhas e sua saúde. “A mulher tem que mostrar, e a sociedade enxergar que a mulher tem um papel fundamental. Ela tem o direito de viver e fazer suas vontades. E não ser oprimida, como foi por muito tempo”, diz Gabriela, que atua com terapia cognitivo comportamental. A quem se pergunta a ligação disso com a saúde da mulher, Gabriela explica que enquanto se preocupa em vencer tantas barreiras, a saúde e a qualidade de vida são postas de lado. “A mulher ainda luta por seu espaço. Ela já conquistou muito, está empreendendo, está buscando mais. Mas enquanto isso ocorreu, ela também ganhou mais preocupações, considerando que grande parte ainda acumula a maior parte das responsabilidades da casa. Tudo isso pesa contra o bem-estar da mulher”, constata Gabriela.

Luísa Maurer, fisioterapeuta

Já a fisioterapeuta pélvica Luísa Maurer falará de uma questão física e que, em geral, as mulheres vão perceber e tratar apenas quando já é um problema: a musculatura do assoalho pélvico e sua importância na função sexual. “Pois a falta de conhecimento e desinformação sobre a fisiologia e a anatomia uroginecológicas podem desencadear sérios problemas e consequentemente resultar em algum tipo de disfunção sexual”, diz Luísa.
Durante o evento do dia 16 haverá um momento em que ela ensinará exercícios pélvicos, além de apresentar dispositivos que podem auxiliar no treinamento da musculatura e na melhora da percepção da musculatura do assoalho pélvico. Todos os exercícios que serão mostrados poderão depois ser realizados em casa.

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