A Lei Estadual 14.866/2016 instituiu a Semana de Conscientização e Orientação sobre a Síndrome de Down, a ser realizada a partir de 2017, sempre entre os dias 21 e 28 de março. As escolas estaduais trabalharão o tema com atividades diferenciadas, visando a inclusão dos alunos e o conhecimento de todos a respeito do tema.
Na Escola Estadual A. J. Renner, a semana terá atividades que envolverão todos os cerca de 500 alunos. Lá, funciona uma sala de recursos com atendimento educacional especializado, que recebe alunos da instituição e também das escolas Adelaide Sá Brito e São João Batista, de Montenegro, além de estudantes da escola São Francisco de Assis, localizada em Pareci Novo.
Segundo a vice-diretora, Claudia Escobar Hendges, para o A.J. — que recebe apenas alunos de Ensino Médio, ou seja, adolescentes —, é importante tratar do tema e ensiná-los a conviver com as diferenças. “Hoje nós não temos na escola nenhum aluno com Síndrome de Down, mas temos casos de adolescentes com irmãos portadores da síndrome. É importante trazer o tema para que eles reconheçam. Se a sociedade ainda separa, a escola mostra que eles são iguais em suas diferenças”, diz Cláudia.
As atividades movimentarão diversas disciplinas. Na aula de Biologia, eles entenderão geneticamente o que é a Síndrome de Down. Já em Matemática construirão jogos voltados à estimulação especial. Em História, será trabalhada a legislação. Em Português serão utilizados textos a respeito da inclusão no mercado de trabalho. E na disciplina de Espanhol serão construídos murais com frases no idioma a respeito do tema. Já no dia 27, às 10h, alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) se apresentarão na escola.
Durante a semana também haverá uma sessão de cinema especial, com o filme “Colegas” e atividades com docentes coordenadas pela professora responsável pela sala de recursos, Rochele Cristine de Moraes Marques.
Aprender brincando
A sala de recursos é um lugar onde habilidades são desenvolvidas, respeitando o tempo e as características de cada aluno. Não é reforço escolar, muito menos um local onde o aluno aprende a “acompanhar” o restante da turma. Por meio de ações específicas — jogos e diferentes estimulações — para cada aluno, Rochele Marques os auxilia a se desenvolver. “É brincando e é com liberdade que eles evoluem. Há um planejamento individual que também envolve atividades de itinerância, nas quais eu vou observar o aluno na sua escola. Porque aqui na sala, individualmente, pode estar tudo bem. E no ambiente coletivo não. É gratificante ver o avanço deles”, comenta Rochele.
Apesar do AJ não ter Ensino Fundamental, a sala de recursos recebe os mais jovens, encaminhados das outras instituições. O trabalho com as crianças e os adolescentes é bastante distinto. “É individualizado. A criança brinca. O adolescente às vezes chega mais envergonhado. Tem uma adaptação”, diz Rochele. “Na saída, todos estão diferentes de quando chegaram. Mais felizes”, complementa Claudia Hendges. A sala recebe alunos com uma série de deficiências de ordem intelectual, motora, visual, auditiva, além de autistas, entre outras.
O que é a Síndrome de Down?
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células do ser humano. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população. Quem tem essa síndrome está sujeito a uma maior incidência de doenças, além de apresenta personalidade e características diferentes e únicas.