Na próxima quarta-feira, 18 de outubro, é festejado o Dia do Médico, em diversos países no mundo, inclusive aqui no Brasil. A data foi escolhida por ser um dia consagrado pela igreja cristã em referência ao discípulo São Lucas. De acordo com a tradição, acredita-se que Lucas teria estudado medicina em Antioquia, cidade considerada à época um centro importantíssimo para a civilização helênica na Ásia menor, território hoje pertencente à Síria. São Lucas é considerado o Santo padroeiro da Medicina.
O Dia do Médico é considerado uma data de celebração ao profissional dedicado a cuidar e promover a saúde das populações. O médico é responsável pela investigação de enfermidades que atingem determinado paciente, causando-lhe não apenas risco de vida, mas, também, desconforto. Defende-se não apenas a manutenção da vida, mas a qualidade dela, evitando-se o sofrimento do paciente. Parte importante das funções desse profissional é trabalhar pela prevenção, evitando que as doenças se instalem. Para isso, o profissional da medicina deve orientar o indivíduo para que esse possa ter uma vida mais saudável.
A medicina exige comprometimento e responsabilidade por parte do profissional. Para ser um bom médico, é fundamental um investimento constante em aperfeiçoamento, pesquisas, atenção às descobertas científicas referentes a tratamentos e exames. Mas ser um “bom médico” vai muito além de interpretar exames e receitar medicamentos. Além do embasamento teórico, é preciso estabelecer uma relação de confiança com o paciente.
Desafios, não faltam. Sobretudo daqueles profissionais que encaram, na rotina diária, a falta de recursos e de estrutura de muitos hospitais brasileiros, públicos ou privados. Diante de tantos desafios e responsabilidades, os médicos merecem todas as homenagens nesse 18 de outubro.
“Ser médica era uma certeza desde muito cedo”
A montenegrina Júlia Oliari Franco, de 22 anos, estuda medicina na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Enfrentou o vestibular e agora encara os desafios da rotina longe de casa. Tudo para, em 2022, receber a graduação de médica. “A rotina é árdua. Aula manhã e tarde das 7h30 às 18h. Prova toda semana”, conta ela, que deve se formar aos 26 anos e então retornar para Montenegro e aqui ficar pelo menos até iniciar a residência e então decidir definitivamente o local onde exercerá a profissão escolhida.
Júlia não se recorda exatamente em que momento decidiu ser médica. Mas sabe explicar as razões que a levaram a isso. Ela cita um livro de crônicas médicas escrito por Joffre Marcondes de Rezende, “À sombra do plátano”, destacando o texto é “Curar algumas vezes, aliviar quase sempre, consolar sempre”.
“Essa é uma frase, atribuída a Hipócrates, o pai da medicina ocidental, que resume o objetivo da prática médica. Nós não podemos curar todas as doenças. Quando uma pessoa te procura, antes dela começar a falar sobre a sua queixa, nós já temos na cabeça que o primeiro objetivo é aliviar qualquer sofrimento que aquela pessoa tenha com relação à sua situação, e, claro, sempre que possível, auxiliar no processo de cura. É isso que me motiva a estudar para um dia trabalhar por essa profissão. Ser o instrumento capaz de amortecer a dor de origem física ou emocional do indivíduo, ser a pessoa capaz de dissolver dúvidas e angústias, e, sempre que possível, a pessoa capaz de mostrar o caminho de melhora de quem me procura”, enfatiza a estudante.
Júlia diz que o desejo de ser médica sempre esteve presente em sua vida. “Eu não lembro quando decidi. Sempre foi um fato que me acompanhou ao longo da vida. Era uma certeza desde muito cedo”, conta ela. Os caminhos que a medicina lhe oferece, porém, ainda estão para ser trilhados. E ela espera, ansiosa, pelo que está para vir. “Eu gosto da rotina tanto da clínica quanto do hospital e pretendo achar algum caminho dentro da medicina que me permita a prática das duas. Estou aberta para aprender o máximo possível”, finaliza.