Quem nunca teve um “branco” e passou alguns minutos tentando lembrar o nome de alguém, a senha do banco ou o lugar onde deixou as chaves? Pequenos lapsos de memória são considerados normais, porém, especialistas garantem que é possível treinar a mente para que ela trabalhe bem.
O neurocirurgião Fabiano Pasqualotto Soares explica que a memória consiste na capacidade de reter informações e evocá-las quando necessário. Existem basicamente dois tipos de memória no ser humano, a de curto e a de longo prazo. A memória de curto prazo é aquela em que as informações são armazenadas por apenas alguns segundos ou minutos. É quando, por exemplo, memorizamos um número de telefone para em seguida discá-lo. Quando a informação é consolidada ela se torna uma memória de longo prazo. É o caso de recordações, experiências ou conhecimentos. “As memórias de longo prazo se formam por conexões entre os neurônios. A aquisição e consolidação da memória é mediada por estruturas do encéfalo chamadas hipocampo e sistema límbico”, explica o especialista.
Com o passar dos anos é natural que surjam esquecimentos, de pequenos detalhes ou informações do passado. Vamos apagando informações com o passar do tempo. “Provavelmente, lembramos o que almoçamos hoje, mas não o que almoçamos há exatamente um ano atrás”, exemplifica Soares. O envelhecimento, que acomete todo o corpo humano, também afeta cérebro e atinge a capacidade cognitiva e memória em diversos graus. Além desse desgaste natural, diversas doenças podem acentuar a perda cognitiva, como as demências e, mais comumente, os transtornos de humor.
Pequenos esquecimentos não precisam gerar pânico, mas quando alguém percebe que em função de alterações na memória tem maior dificuldade em realizar atividades antes rotineiras, é hora de procurar auxílio. Prever com exatidão quem sofrerá no futuro com alterações de memória é uma tarefa impossível, mas existe como prevenir problemas. “A manutenção de hábitos saudáveis de vida como alimentação adequada e a prática de exercícios físicos pode evitar fatores de risco como hipertensão e diabetes. A realização de atividade intelectual, tal como a leitura, por exemplo, pode retardar o surgimento dos sintomas”, defende Fabiano. Melhor prevenir que tentar remediar. Até porque, reverter o quadro nem sempre é possível.
Treine seu cérebro
Assim como exercícios físicos são importantes para manter o corpo saudável, atividades mentais promovem a manutenção da saúde do cérebro. Uma alternativa para exercitar o cérebro são as palavras cruzadas e o sudoku. Eles podem aumentar a capacidade de memória e retardar o surgimento de doenças.
