Cuidado com o salto alto

Eles são os queridinhos das mulheres. Nas vitrinas das lojas costumam ter local de destaque. Não sem razão. Deixam-nas mais altas, com uma postura elegante e oferecem um charme sem igual. Mas nem tudo é perfeito e o conforto não costuma ser dos melhores, motivo pelo qual, apesar de serem amados pelas mulheres, eles muitas vezes são também trocados pelas rasteirinhas. Mas será que o uso diário do salto faz mal realmente?

Thiago Soares dos Santos, ortopedista e traumatologista Foto: Arquivo pessoal

O médico ortopedista e traumatologista Thiago Soares dos Santos, esclarece que o uso frequente de sapatos de salto provoca o encurtamento nos músculos e tendões da parte de trás da perna. Além disso, leva a danos na coluna – aumentando as chances de se desenvolver quadros de lordose lombar quando há início precoce e dores lombares, por aumentar a demanda da musculatura paravertebral lombar e aumentar a pressão nas articulações – e dores nos joelhos. Os modelos de bico fino também elevam queixas de calosidades, joanetes e unhas encravadas.

Mas não é preciso manter-se longe do salto alto. O perigo está no uso em excesso. Para ser considerada usuária de salto alto, a mulher deve utilizá-los por mais de três vezes por semana e durante mais de quatro horas consecutivas. Quem nunca deve usar salto são as crianças. Por mais que as meninas adorem ficar iguais as mães, esse é um risco que deve ser evitado. “Quanto mais precoce se inicia o uso desse tipo de calçado, maior é a chance do desenvolvimento de problemas na coluna, na rotação do osso da pelve, além da aproximação dos joelhos e afastamento dos pés, o que deixa as pernas no formato de um ‘X’”, explica o médico que é Especialista em Patologias da Coluna e membro das sociedades brasileiras de Coluna e de Ortopedia e Traumatologia. Quando se começa a usar sapatos altos muito cedo, em longo prazo, é possível sofrer de dores, desequilíbrio muscular, estresse articular e até degeneração nas articulações, principalmente lombares e pés.

Quando se percebe problemas, a primeira medida sugerida pelos médicos é a mudança de hábito em relação aos calçados. Além disso, há alternativas como exercícios de alongamento e reeducação postural, que são fundamentais para uma reabilitação. “Podem ser utilizados fisioterapia, reeducação postural e Pilates, entre outros”, explica Thiago Soares dos Santos.

Alguns cuidados
Usar salto é possível, mas o melhor é sempre tomar alguns cuidados. Eles não devem ser o sapato do dia a dia. O melhor é intercalar o uso com outros calçados mais baixos. No dia em que não irá caminhar muito, ok, vale um salto mais alto e fino, mas, naqueles em que exigirá mais dos pés, a preferência deve ser por tênis ou por um calçado de plataforma.
Tenha cuidado também na hora de comprar calçados. Dê preferências aos confortáveis, feitos de material maleável, que favoreçam a transpiração e que tenham de dois a três centímetros de salto. As rasteirinhas também não são as mais indicadas, pois deixam os pés muito soltos e o peso corporal permanece localizado no calcanhar, o que poderá causar dores no calcanhar, a fascite plantar.

Dicas para não cair do salto
– controle-se: compre os sapatos que você consegue usar. Prove, caminhe com ele na loja. Afinal, não basta ser bonito e depois ficar guardado;

– Tenha postura: andar curvado é péssimo com qualquer calçado. Mas de salto fica ainda pior. Com a coluna bem posicionada, você sente menos dor;

– Tenha calma ao andar: se está com pressa, salto é péssima ideia;

– Lasseie os sapatos novos: procure não fazer um longo trajeto com sapato novo. E nunca use sapatos apertados.

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