Formado no Aeroclube, Lucas Barbian foi um dos responsáveis pela chegada das doses ao Estado
Por volta das seis horas da manhã desse sábado, 20, uma remessa de doses da vacina contra a Covid-19 chegava no Aeroporto de Porto Alegre. Na cabine estava o copiloto da Azul, Lucas Barbian, montenegrino de 28 anos que deu seus primeiros vôos aqui mesmo, no Aeroclube de Montenegro.
“A gente nem sabia que ia carregar as vacinas. Acabamos sabendo na hora do carregamento. Foi uma sensação boa”, conta. Segundo Lucas, apesar de saber que ainda é pouco pro necessário, a sensação é de alegria em ver que as coisas estão começando a acontecer. “É um sinal de que as coisas vão melhorar, traz uma esperança”, diz.
No vôo vieram somente cargas, mas Lucas conta que na aeronave que costuma trabalhar cabem 70 passageiros. “Eles tiram os bancos da aeronave e transformam o avião em cargueiro”, explica. A rota do vôo é diária, e regular de cargas, mas dessa vez o que estava a poucos passos do assento do co-piloto era mais especial. “Quando estavam carregando a gente viu aquela quantidade enorme de caixas de isopor”, fala Lucas.
Para quem acha que pode ter ocorrido um frio na barriga se engana, pois o profissionalismo sempre está à frente. “A partir do momento que a gente entra na cabine nós não pensamos muito no que está atrás. A gente trabalha, faz a nossa operação e o que está atrás não muda pra gente, porque temos que fazer o mesmo trabalho”, comenta.
Lucas relata que os dois avós devem ser vacinados ainda hoje, provavelmente com as doses que ele transportou. “A gente torce para que esse transporte seja comum agora, e para poder trazer as vacinas todos os dias”, completa.
Importância da aviação
Foi a primeira vez que o montenegrino carregou a vacina, mas a Azul já tem levado as doses pelo Brasil inteiro gratuitamente. “A Azul já foi pioneira no ano passado levando profissionais da saúde e da linha de frente no combate da Covid-19 gratuitamente e agora as vacinas também”, diz. De acordo com Lucas, a empresa é a que realiza vôos para o maior número de destinos dentro do País e por isso é essencial neste momento.
10 anos de experiência na área
Lucas iniciou a sua trajetória na área da aviação aos 18 anos realizando cursos no Aeroclube de Montenegro, objetivo de infância, que foi concluído ao longo dos anos. “Fui instrutor teórico, depois de vôo e após saí do aeroclube e voei em uma empresa de Taxi Aéreo na África” relembra. Até entrar na Azul foram cinco anos como piloto. Há cerca de três anos e meio o montenegrino faz parte da equipe da companhia aérea Azul. Ele relata que chegou a ficar cinco meses parado em casa devido à pandemia, e em uma escala que fazia cerca de 70 horas de vôo por mês foi zerada. “Infelizmente com a segunda onda que está dando, os vôos caíram novamente, a quantidade de passageiros diminuiu, mas o que resta é a gente torcer para melhorar, e com a vacinação as coisas tendem a melhorar bastante”.