Montenegro registrou nessa segunda-feira, 31, o primeiro caso de dengue autóctone na cidade. Um morador do bairro Germano Henke contraiu a doença dentro da cidade; e não fora. É o primeiro caso da doença contraúida no município que se tem registro. O setor responsável pela Vigilância Epidemiológica aplicará inseticida e fará vistorias nas residências no entorno para eliminação de focos do mosquito transmissor e orientar os moradores.
Além do caso autóctone, o Município já tinha registrado outro importado esse ano, de uma pessoa que contraiu a doença em Santa Cruz do Sul. Outros dois estão sob investigação. A cidade também contabiliza neste ano cerca de 35 focos positivos de proliferação do Aedes aegypti – mosquito transmissor da doença – em diversos bairros.
A dengue pode variar desde uma doença assintomática, sem manifestação de sintomas, até quadros graves com hemorragia e choque, podendo causar morte. Longe do centro dos debates em meio a pandemia de coronavírus, ela já causou sete mortes no Rio Grande do Sul só neste ano; o maior acumulado da série histórica iniciada em 2010. Óbitos ocorreram em Erechim, Santa Cruz do Sul e Bom Retiro do Sul. O número de casos confirmados, traz o último boletim do Estado, atualizado dia 22, chega a 6.401; também recorde. A grande maioria, 6.216, são autóctones.
Nesta terça-feira, 1º, os agentes de combate a endemias de Montenegro seguem no enfrentamento ao Aedes, que, além da dengue, também transmite chikungunya e zika vírus. Vão vistoriar as casas e eliminar focos de água parada, local onde o inseto se reproduz. A população deve ser uma aliada na eliminação de recipientes que acumulam umidade, principalmente os pequenos depósitos, como potes, latas, pneus, plásticos, entre outros. Ações como limpar e vedar bem a caixa d’água, eliminar qualquer tipo de água parada em potes e vasos de flores, assim como descartar o lixo de forma consciente são fundamentais para a prevenção contra o mosquito.
Sintomas
Normalmente, o primeiro sintoma da Dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início repentino, que geralmente dura de dois a sete dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos e erupções cutâneas. Também é comum ocorrerem náuseas e vômitos, que resultam em perda de peso.
Nessa fase febril, é difícil diferenciar a doença de outras enfermidades. Por isso, é importante consultar um médico em caso de suspeita. No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evoluem para a recuperação e cura da doença. Porém, algumas situações podem evoluir para as formas mais graves da doença, apresentado os seguintes sinais de alarme:
– Dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdome é tocado;
– vômitos persistentes;
– acúmulo de líquidos;
– sangramento de mucosas (principalmente nariz e gengivas);
– letargia (perda de sensibilidade e movimentos) ou irritabilidade;
– hipotensão postural (tontura e queda de pressão em determinadas posições);
– hepatomegalia (aumento do fígado) maior do que 2 cm;
– aumento progressivo do hematócrito (porcentagem de glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue).