Você já deve estar careca de saber. O sedentarismo – a falta de atividades físicas – traz muitos malefícios pro nosso corpo. Joga nossa imunidade lá em baixo, costuma acarretar em aumento de peso e abre caminho para doenças cardiovasculares como infarto e AVC, diabetes tipo 2, apneia do sono, dentre outras. Mas no contexto da pandemia, essas consequências são ainda mais sérias; estando entre as principais comorbidades que são fatores de risco para a Covid-19. É por isso que, ao lado do uso de máscara, do distanciamento, da higienização das mãos e de manter uma alimentação saudável, colocar o corpo pra se mexer também está entre os principais aliados para nos proteger da doença.
“A atividade física é de extrema importância, principalmente nesse momento”, confirma a personal trainer Neide Klein. “Ela nos traz inúmeros benefícios. Em relação a redução ou manutenção do peso; redução dos níveis de glicose do sangue; a redução da gordura entre os órgãos, que dificulta o bom funcionamento deles. Também melhora na qualidade do sono; dá mais disposição; e melhora na calcificação óssea e da musculatura que, de modo geral, melhora a auto-estima”, enumera a profissional.
Durante a atividade física, são liberadas uma série de citocinas pró e anti-inflamatórias. Há incremento na circulação de linfócitos e, com isso, melhor controle da resposta inflamatória e redução nos hormônios do estresse. Neide reforça o efeito da atividade para a saúde mental: “ela libera inúmeros hormônios e um deles é a endorfina, que promove a sensação de bem-estar, aumenta a motivação, a alegria e a disposição. Esse hormônio fica liberado na corrente sanguínea por várias horas depois do exercício”, comenta. Em meio a momentos difíceis, faz a diferença pro nosso emocional.
E de acordo com as condições e possibilidades de cada um, dá pra botar o corpo pra mexer mesmo dentro de casa, diante das orientações de distanciamento social. Andar rápido pela casa por dez minutos, dançar, pular corda e, sim, sair para uma caminhada ou uma volta de bicicleta são alternativas para nos manter fisicamente ativo. “A atividade ideal para você vai ser a atividade que você gosta de fazer. Isso, a gente tem que priorizar”, coloca Neide.
Cuidados precisam ser tomados
Neide alerta que a opção tem que ser bem alinhada aos objetivos da pessoa com a atividade. E que quando ela envolver força e práticas que possam acarretar em lesões, é aconselhado o acompanhamento de um profissional especializado. É quando passa da simples “atividade física” para o “exercício físico”, treino ainda mais importante e com intensidade e frequência controlados. “Mesmo a pessoa que não quer ir pra rua para não se expor pode fazer em casa com a ajuda de um profissional para acompanhar online ou por consultoria. Aumentaram muito as aulas online”, indica a personal trainer.
É com a ajuda de um profissional da educação física que a pessoa vai definir o exercício ideal para seu perfil e as suas condições, definindo frequência, repetições e também o tempo de descanso, que é essencial. “Para conseguir os benefícios que a atividade física proporciona, há a necessidade de uma regularidade na prática”, explica Neide. “A OMS recomenda uma hora de atividade, cinco vezes na semana, para a atividade física moderada. Já 40 minutos, todos os dias, se for mais intensa. Mas existem práticas hoje, como o hiit, que são treinos de vinte minutos de alta intensidade”, exemplifica. É o auxílio especializado que auxiliará na definição do método ideal.