Maio é também o mês da oftalmologia. Essa especialidade da medicina trata doenças relacionadas ao olho, como distúrbios de miopia, astigmatismo, estrabismo, glaucoma, conjuntivite e catarata, entre outros. E é sobre a catarata, uma doença ocular que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), é responsável por 51% dos casos de cegueira no mundo, o que representa cerca de 20 milhões de pessoas, que Ibiá Saúde esclarece.
O oftalmologista Antônio Carlos Monaretto explica que essa doença causa opacidade à lente natural do olho, chamada de cristalino. Com o passar do tempo ela vai se tornando mais rígida e opaca, fazendo com que o paciente vá perdendo a visão aos poucos.
Essa é uma doença extremamente ligada ao envelhecimento. Com a expectativa de vida da população mundial em crescente avanço, o número de pessoas com catarata tende a crescer. Quem sofre de catarata percebe a visão ir se tornando mais nublada com o passar do tempo. Isso impacta diretamente na forma como ela consegue realizar suas atividades cotidianas. Reconhecer a fisionomia de alguém, dirigir ou até fazer uma atividade manual começam a ficar difíceis. E são normalmente essas dificuldades que levam até o consultório oftalmológico.
Monaretto destaca que essa não é uma enfermidade ocular que gere muita preocupação atualmente. Isso porque a catarata é tratável em qualquer estágio. “Não é uma cirurgia de urgência. Há pacientes que preferem não fazer o tratamento no quadro inicial. Preferem esperar. Ela vai piorando”, diz. “Até que chega num ponto que está atrapalhando muito. E então resolvem optar pela cirurgia”, complementa.
Não há outro tratamento à catarata que não a cirurgia. Apesar de considerada simples pelo especialista, requer seus cuidados.
“É uma cirurgia no olho. Mas é um procedimento rápido, com anestesia local e indolor. É uma cirurgia muito gratificante porque no outro dia o paciente está enxergando perfeitamente”, diz Antônio Carlos Monaretto. Na cirurgia é substituída essa lente que, com o tempo, tornou-se opaca.
Causas da catarata e prevenção
Por sua principal causa estar vinculada à idade, na maior parte dos casos, não há como evitar ou retardar o avanço da catarata. Porém, o surgimento da doença também é ocasionado por alguns fatores de risco. Entre eles está a superexposição à radiação ultravioleta (UV), pressão arterial elevada, diabetes com níveis de açúcar no sangue acima da faixa de segurança, tabagismo, uso prolongado de alguns remédios e lesões oculares. Quando há possibilidade de controle desses fatores – regularizar os índices de diabetes, por exemplo – esse é o tratamento preventivo indicado. Além disso, bons hábitos como evitar o tabagismo e manter uma rotina saudável são sempre indicados.
Sintomas de catarata
– Visão nublada ou nebulosa;
– Visão com brilho de lâmpadas ou do sol;
– Melhoria da visão de perto que logo piora;
– Dificuldade em fazer as atividades diárias por falha da visão.
Catarata congênita
Apesar de a catarata ser uma doença da velhice, existe um tipo que atinge os bebês. É a catarata congênita, que apesar da quantidade reduzida de casos atualmente, merece a atenção de pais e responsáveis. A catarata congênita é percebida já no nascimento ou se forma ainda na primeira infância. Por isso, é importante, além do exame inicial, feito logo após o nascimento, retornar ao oftalmologista próximo ao um ano da criança. A catarata congênita ocorre em um a cada 5 mil nascimentos.
Problemas de visão nessa fase da vida são particularmente preocupantes porque em alguns casos serão descobertos quando causarem dificuldade de aprendizagem, lá na alfabetização. A criança tem dificuldade em aprender não por questões cognitivas ou pedagógicas, mas por problemas na visão.