Apesar de já conhecida e com proteção por vacinação disponível há muitos anos, a coqueluche ainda gera temor. Mães, pacientes e especialistas têm de sempre manter o alerta. Entre os casos de coqueluche em menores de dois meses de idade, aproximadamente 1% dos bebês acometidos falecem. No Brasil, o Ministério da Saúde reportou em 2015 taxas de letalidade elevadas, de 2,8%, em bebês menores de dois meses de idade.
Além das consequências em bebês, o Chefe do Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Escola de Medicina Santa Casa de São Paulo, Marco Aurélio Sáfadi, alerta que “Engana-se quem pensa que para os adultos a doença não pode ser grave. Adolescentes e adultos, apesar de apresentarem quadros menos severos de uma maneira geral, também podem ter complicações”.
Adolescentes com a doença costumam, em cerca de 50% dos casos, tossir por pelo menos 10 semanas após o início do quadro. Em um estudo envolvendo adultos com coqueluche os autores encontraram as seguintes taxas de complicações: 33% dos indivíduos apresentaram perda de peso, 6% síncopes e 4% fraturas de costela. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2016 foram registrados 1.314 casos da doença no Brasil.
“A coqueluche é uma doença infecciosa aguda e transmissível que compromete o aparelho respiratório e por isso é identificada pela tosse seca, em crises, características da doença”, explica Marco Aurélio Sáfadi. O principal sintoma da coqueluche é a tosse paroxística repentina, com tossidas rápidas e curtas em uma única expiração, além da inspiração profunda do ar com som agudo semelhante a um guincho. Vômitos pós-tosse, apneia e engasgo também são presentes em alguns pacientes com a doença.
A bactéria permanece incubada de cinco a 10 dias e depois se iniciam os sintomas. A partir de então, por até três semanas, é que há a possibilidade de transmissão. A doença é prevenível por vacinação, que deve sempre ser procurada por pais ou responsáveis para que os bebês sejam imunizados. Também há vacina para gestantes.