Governo defende zona livre de aftosa para o Rio Grande do Sul

Mudança ainda depende de estudos e vacinação continua normal em 2018

Este ano de 2018 poderá ser o último de vacinação contra febre aftosa no solo gaúcho. O governo estadual trabalha, junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na defesa de tornar o Rio Grande do Sul zona livre da doença, a partir de 2019, condição que valorizaria o rebanho e facilitaria a exportação da carne. Atualmente, Santa Catarina é o único estado brasileiro com esse status.

O veterinário fiscal estadual agropecuário, Rafael Alves, que atua na Inspetoria de Defesa Agropecuária de Montenegro, esclarece que essa medida está prevista para 2021, mas a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação defende a antecipação. O último caso da doença ter sido há vários anos, em 2001, é um dos argumentos que sustentam a reivindicação, assim como o resultado de estudos que não encontrou vírus da aftosa em circulação no Rio Grande do Sul. Entre outros, esses fatos respaldam a idéia de que o Estado pode ser considerado livre da doença. Ele observa, no entanto, que na eficiência vacinal, o último resultado não foi muito favorável, pois a média de animais protegidos ficou em 70%. “O esperado é acima de 90%”, acrescenta.

A decisão, porém, é do Mapa. Recentemente, o ministério autorizou a redução da dose da vacina contra a febre aftosa de 5 mililitros para 2 mililitros. Um dos principais objetivos dessa mudança é a injeção de menor volume de óleo mineral e, por consequência, reduzir reações locais, como abscessos, o que influencia na valorização da carne. Essa redução, no entanto, é um indicativo de que a possibilidade de incidência da doença é cada vez menor. A diminuição na dose será a partir de 2019.

Para 2018, a vacinação continua igual com etapa em maio e em novembro. Em Montenegro, Rafael afirma que há cerca de 15 mil bovinos. Ele ressalta que a intenção da retirada da vacinação ainda é uma pretensão. “Sendo assim, não há nenhuma confirmação sobre isso”, frisa, reafirmando que o pleito da secretaria estadual ainda depende de aprovação pelo Mapa. “Essa aprovação depende da análise dos dados de estudos epidemiológicos, índices de vacinação, controle de trânsito e atualizações cadastrais das populações animais do RS”, afirma. O veterinário observa que, em novembro do ano passado, o índice vacinal de bovinos em Montenegro deixou a desejar, ficando em 85,91%. “O índice mínimo desejável é de 90%”, afirma.

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