Espaço na Expointer é composto por todas as áreas produtivas
Entre as diversas atrações e curiosidades oferecidas pela 47ª Expointer, é recomendado ao cidadão conhecer o Espaço da Emater (ao lado do Pavilhão da Agricultura Familiar). Diante da catástrofe climática que ainda afeta o Rio Grande do Sul, este órgão de apoio à agropecuária adota em 2024 o tema “O trabalho da extensão rural no enfrentamento às mudanças climáticas: impactos no modo de vida da sociedade gaúcha”, com 21 áreas temáticas oferecendo soluções para produção em harmonia com a natureza.
O coordenador do Espaço, extensionista Rodrigo Sasso Rodrigues, explica que diante do acontecido em maio, que pegou igualmente o campo e a cidade, não havia outro assunto a ser tratado nesta feira. Seu primeiro destaque entre as parcelas é “Agricultura de base ecológica”, no qual são apresentadas técnicas que subvertem ideias antigas de cultivo em pequena escala, garantindo fertilidade do solo, uso racional da água e eficiência produtiva.
“O plantio direto já é consolidado nas grandes culturas, como soja, trigo e milho”, informa. Agora o desafio é introduzir a técnica na Agricultura Familiar, e até mesmo no meio urbano.
Solo protegido pelas plantas
Em outro canteiro Rodrigues apresenta as ‘plantas de cobertura de solo’, como o trigo cultivado especialmente para depois ser transformado em “massa verde”. A técnica é o inverso da capina que deixa a terra pelada, propiciando rápida evaporação da água, exposição das raízes e ocorrência de erosão. As plantas de cobertura quanto o capim seco (cobertura morta) no canteiro evita estes efeitos, permitindo ainda a criação de matéria orgânica. “Indiretamente, estamos fazendo o que se chama ‘sequestro de carbono”, refere. Essa está dentro do sistema Agricultura de Baixo Carbono, que consiste em incorporar o Carbono da atmosfera ao solo.
A Emater apresenta ainda a eficiência do bioinsumo na agricultura, sistema que cria bactérias e microorganismos eficazes ao desenvolvimento das plantas; o policultivo, sistema de plantio consorciado entre hortaliças com diferentes necessidades que se completam em um pequeno ecossistema; e o biogás a partir de resíduos domésticos. Entre os espaços ao ar livre estão ainda: reintrodução das abelhas nativas; agrofloresta; piscicultura e pesca artesanar; pecuária; gado leiteiro; irrigação; sistemas de energia solar; floricultura; e o trabalho de certificação da erva-mate.
Fruticultura mais sustentável
A fruticultura gaúcha tem destaque no espaço da Emater, evidenciando boas práticas agrícolas na atividade. O foco é promover o manejo sustentável e uso de tecnologias nos principais cultivos realizados no Estado. “Estamos destacando, por exemplo, no controle da mosca-das-frutas, que é uma importante praga, e que conseguimos controlar a partir do uso de proteínas hidrolisadas”, declarou o extensionista, Felipe Pereira Dias.
Segundo ele, essa prática contribui para minimizar e até evitar o uso de produtos químicos, garantindo maior sustentabilidade para o sistema de produção. Novas tecnologias podem ser observadas nos canteiros de melancia e abacaxi, no sistema de ‘mulching’, que também remete à cobertura da superfície do solo ao redor das plantas, criando condições favoráveis de crescimento para a cultura.