Primeiro produtor começou há menos de cinco anos, em Costa da Serra. Hoje, ele já enfrenta concorrência
A produção de morangos montenegrina começou há menos de cinco anos e bem caracteriza a proposta do projeto Agricultura Mais. O primeiro produtor do município nasceu em uma família que tinha na produção de aves a principal atividade econômica. Mas ele quis DIVERSIFICAR.
Na localidade de Costa da Serra, João Antonio da Silva investiu na fruta, que não tinha concorrência local. Com apoio da Emater, ele construiu a primeira estufa com apenas 18 anos de idade. Foi aprendendo sobre o manejo e, aos poucos, foi crescendo. Hoje, o produtor tem oito mil pés divididos em três estufas na propriedade.
O sucesso do empreendimento acabou abrindo os olhos da concorrência e na “Terra da Bergamota” muito morango começou a nascer. Ao final do ano passado, a Prefeitura tinha registrados 10 produtores da fruta em Montenegro e é consenso de que este número já cresceu durante este ano. Em 2017, de acordo com os talões de produtor entregues e registrados, a cultura movimentou mais de R$ 52 mil localmente.
“Tá crescendo bastante”, avalia João. “Os pequenos produtores, aqui, começaram a procurar uma ideia nova e alguma coisa diferente para poder investir visando lucro. Ainda é uma novidade.” A produção é relativamente rápida. A partir do plantio da muda, os morangos começam a nascer, em menor escala, após pouco mais de 70 dias.
Por aqui, maior parte das vendas é para o consumidor final de Montenegro
Analisando o mercado, João Antonio avalia que 80% de sua produção seja destinada ao consumidor final. Muitos compram os morangos em sacos, pagos por quilo com o custo de R$ 16,00. E outros em bandejas de plástico menores. Ele não usa as embalagens convencionais usadas normalmente pelas distribuidoras, buscando preservar melhor a fruta.
O restante dos compradores são estabelecimentos comerciais, como padarias e pizzarias. Eles usam o morango em receitas para diferentes delicias que são feitas a base da fruta.
Oito horas por dia, de segunda a sábado
Trabalho é o que não falta na propriedade de João. Ainda sem funcionários, o produtor conta que trabalha cerca de 8 horas por dia, de segunda a sábado, atuando nas vendas e nos cuidados com a produção.
A safra de morangos tem seu auge entre os meses de agosto e dezembro, mas são necessários cuidados durante todo o ano. A fruta gosta de um clima ameno e enfrenta algumas “ameaças” que precisam de atenção. João usa manejo biológico, sem adubação química.
“Aí tem que estar trabalhando para prevenir as doenças”, explica o produtor. “Quando está marcando chuva, por exemplo, eu faço um tratamento biológico já para inibir um pouco os fungos por causa da alta umidade. Sem agrotóxico, 100% não se consegue eliminar, mas se consegue ter um controle bem bom.”
João destaca que a maior dificuldade da produção, quando o calor começa a bater, é uma mosca de nome complicado: a Drosophila suzukii. “Ela, pra mim, é a pior praga do morango. Se não cuidar, ela fura o fruto, bota seus ovos ali para procriar e o morango fica mole e começa a se desmanchar”, explica.
Ele usa diferentes alternativas para driblar o inseto. Iscas com fermento de pão; açúcar e água em garrafas pet furadas; e pega-moscas são algumas delas. Outra interessante alternativa é a armadilha luminosa, que são lâmpadas colocadas em pontos da estufa que atraem as moscas para que elas caiam em uma bacia – debaixo delas – cheias com água e detergente neutro. Os frutos atingidos pela suzukii precisam ser enterrados para evitar a proliferação da mosca.
Agricultura Mais
O Ibiá está viajando pelos quatro cantos do município para conhecer mais sobre a diversificação da agricultura e da pecuária montenegrina. Com o projeto “Agricultura Mais”, conhecemos diferentes produções e também muita gente bacana. Tudo será mostrado aqui – na edição impressa e no portal do jornal – toda terça-feira. Vem ver com a gente um pouco mais da nossa Montenegro!