Prestes a ser votado na noite de hoje, o projeto que cria novos cargos na Câmara de Vereadores soma quatro votos contrários entre os parlamentares até o momento. Dois deles já eram conhecidos: Paulo Azeredo (PDT) e Gustavo Oliveira (PP). Um das novidades é o voto do vereador Ari Müller (PP), que estava de licença e requereu adiantar em um dia o seu retorno para poder votar contra o projeto. Ele disse que, internamente, quando o assunto surgiu, já tinha se posicionado contrariamente e se surpreendeu com o início da tramitação durante a sua ausência, feita em função de acordo do partido para permitir espaço aos suplentes. “Não sei se foi uma casualidade (a entrada) ou se foi pra me deixar de fora, mas eu não concordo com isso aí”, analisa o vereador. Evitando fazer críticas à forma de atuação dos demais colegas, Ari avalia que, com o atual assessor, dá pra cumprir todas as demandas do cargo. “Os outros, até agora, também sempre cumpriram”, coloca.
O quarto voto contrário é Felipe Kinn da Silva (MDB), que na sessão da semana passada, havia declarado entender que há a necessidade do apoio extra de mais um assessor para atender a demanda de trabalho; e que, numa das Câmaras mais enxutas do Estado, seria possível a contratação. Na manhã dessa quarta-feira, 13, o vereador esclareceu ao Ibiá que, apesar do entendimento, mesmo que o projeto fosse aprovado, ele não iria, num primeiro momento, nomear ninguém ao novo cargo. No entanto, após ouvir eleitores, decidiu que votará contra.
A informação foi dada em um áudio enviado a apoiadores mais cedo. “Fazia tempo que eu não tinha visto toda essa movimentação, essa indignação do povo. Eu fui procurado por muitos amigos, muitas pessoas, desde quando começou a dar essa repercussão maior”, contou Kinn. “Eu sou grato a todas as pessoas que me proporcionaram meu primeiro e segundo mandato; e eu acho que eu tenho o dever de escutar essas pessoas; de escutar a comunidade montenegrina de que a melhor forma de votar hoje é contra esse aumento de um cargo de assessor para os vereadores.”
De acordo com as manifestações da sessão da última semana, dia 7 – de que a demanda de trabalho justifica a necessidade do novo assessor – são cinco os votos favoráveis ao projeto: Talis Ferreira (PP), Ana Paula Machado (PTB), Juarez Viera da Silva (PTB), Valdeci Castro (Republicanos) e Camila Oliveira (Republicanos). Nenhum se posicionou de forma diferente desde então. Apenas Sérgio Souza (PSB) não se manifestou publicamente sobre o assunto ainda, embora, na CGP, tenha votado favorável à enviar a proposta para votação na sessão ordinária. O Ibiá tenta contato com ele. Um empate, em cinco a cinco, significaria a rejeição do projeto; que só passa com o mínimo de seis votos.