Muito além da pandemia, ano foi movimentado na Política local

Mesmo sem pandemia, já era esperado um 2020 movimentado na Política local. O ano já começou com dois possíveis processos de impeachment do prefeito Kadu Müller para serem analisados na Câmara; isso além das já previstas eleições municipais que sempre movimentam o meio. Soma-se a essa mistura o impacto do novo coronavírus e algumas polêmicas – um tanto evitáveis – para coroar um ano e tanto. Vamos relembrar?

Janeiro
Dia 9: Aldana e Kadu são indiciados por supostas fraudes nas eleições de 2016. Denúncia foi oferecida pelo Ministério Público acusando a dupla de falsificar documentos para “esquentar” doações; com base em inquérito da Polícia Federal. Processo ainda está correndo.

Fevereiro
Dia 5: Câmara recebe pedido de impeachment contra o prefeito Kadu Müller. O documento foi apresentado pela ex-funcionária da empresa Komac Rental, Letícia da Silva, apresentando, em sua maioria, elementos que já constavam em denúncia anterior, feita em 2019, pelo ex-funcionário da Prefeitura Alex Sandro da Silva. Ambos pedidos apontavam suposto pagamento de propina na contratação da coleta de lixo.

Dia 6: Câmara de Vereadores retoma trabalhos após o recesso com votação histórica de dois pedidos de impeachment. Além do envolvendo a coleta de lixo, foi apreciado um segundo, protocolado no fim de 2019, sobre irregularidades no cumprimento da legislação do Plano Diretor. O do lixo foi aprovado pelos vereadores; e o do Plano Diretor, arquivado. Por sorteio, a comissão processante do processo instaurado foi formada por Josi Paz, Joel Kerber e Cristiano Braatz.

Dia 21: Kadu faz coletiva de imprensa para negar as acusações e diz que está “sendo vítima de uma ação coordenada por uma organização criminosa e uma oposição incompetente”. Em documento de defesa, apresenta contratos e conversas de WhatsApp para refutar a denúncia.

Março
Dia 9: Outro processo iniciado em 2019 e retomado em 2020, a CPI que investiga irregularidades na atualização do Plano de Carreira dos servidores do Município inicia uma força-tarefa para analisar todos os processos de progressões do funcionalismo por qualificação e tempo de serviço. Vereadores buscam achar o “furo” do grande impacto financeiro trazido pela revisão iniciada em 2015. Trabalho acabou parando em meio à pandemia.

Dia 16: Ainda sobre o processo de impeachment, o relator, Joel Kerber, com base na defesa de Kadu e nas acusações feitas, afirma que não haveriam provas de irregularidades, mas propõe que as investigações continuem. Os depoimentos começam, então, a ser ouvidos. Nessa mesma data, já com os primeiros impactos da pandemia sendo sentidos, a Câmara determina que as sessões ordinárias sejam fechadas ao público, sendo apenas transmitidas pela internet. Demais atividades também acabaram tendo restrições.

Dia 19: Aprovada reposição salarial de 4,48% mais ganho real de 1,2% para os servidores do quadro geral, inativos e pensionistas da Prefeitura. Professores da rede municipal recebem 12,84%. Antes disso, o prefeito chegou a encaminhar projeto dando os 4,48% + 1,2% para todos, inclusive os professores, mas voltou atrás. Na mesma sessão, prefeito e vereadores receberam os 4,48% de aumento referente à inflação, sem ganho real.

Abril
Dia 8: Pela primeira vez, vereadores se reúnem para sessão por videoconferência. Votaram o projeto de lei que ratificou o decreto de calamidade pública assinado pelo prefeito Kadu Müller em razão da pandemia. As sessões só voltaram presencialmente com a vigência do modelo de Distanciamento Controlado do Estado, então de acordo com as bandeiras.

Maio
Dia 8: Termina o prazo de 90 dias para os trabalhos do processo de impeachment de Kadu. Defesa passa a defender o arquivamento. Vereadores discutem se, em razão da pandemia, prazo contaria normalmente ou não, mas consultoria jurídica entende que sim.

Julho
Dia 1º: Eleições municipais são, oficialmente, adiadas de 4 de outubro para 15 de novembro.

Dia 7: Denúncias contra Kadu, no processo de impeachment envolvendo o contrato da coleta de lixo, são arquivadas. Relator, Joel Kerber, além do fim do prazo, argumenta que não foram apresentadas provas do pagamento de propina.

Dia 9: Proposta de incluir representantes do Conselho dos Pastores Evangélicos de Montenegro em diferentes conselhos municipais vira polêmica e abre debate sobre a separação entre política e religião. Os projetos de inclusão, do Executivo, seriam votados na Câmara, mas foram retirados da pauta e não voltaram até hoje.

Agosto
Dia 7 – Iniciativa comum e ferramenta legal do Poder Público para incentivar novos investimentos no Município, uma lei de incentivos gerou polêmica ao chegar na Câmara de Vereadores. Como contrapartida à geração de 60 empregos e à reforma de banheiros do Parque Centenário, o governo concedeu ao Mombach Supermercados isenção de IPTU por dez anos, fornecimento de composição de concreto e a execução do pavimento asfáltico para que fosse aberta nova unidade no bairro Centenário. Teve quem não gostou e defendeu que nada fosse oferecido à empresa em meio à dificuldade que muitas outras vinham enfrentando com a pandemia. Na Câmara, o incentivo passou, mas foi apertado, sendo aprovado só por cinco votos a quatro. Antes e depois disso, vários outros incentivos parecidos a empresas foram aprovados sem tantas discussões para: Alubar, Vibra, Asun, Bio-C, Hipermix, Sulboro, Traçado, dentre outras nesse ano.

Setembro
Dia 7: Convenção oficializa a chapa Kadu Müller e Josi Paz na corrida pela Prefeitura de Montenegro. Chapa é formada por PP, PSB e PL

Dia 12: Em chapa pura, PSDB oficializa Márcio Menezes e Eliza Fukuoka para a Prefeitura de Montenegro.
Dia 14: No mesmo dia, união entre PTB, MDB, PRTB e DEM oficializa a candidatura de Gustavo Zanatta e Cristiano Braatz; e Republicanos, PDT, PSL e Cidadania lançam Percival de Oliveira e Ademir Fachini.

Dia 16: Convenção do PT de Montenegro oficializa a candidatura de Ricardo Kraemer e Liliane Nunes, fechando cinco os candidatos ao cargo de chefe do Executivo montenegrino.

Dia 28: Ibiá realiza o primeiro debate entre os candidatos. Programa foi marcado por cordialidade entre os candidatos, sem grandes ataques.

Outubro
Dia 9: Começa a propaganda eleitoral no rádio e na TV.

Novembro
Dia 11: Ibiá realiza segundo debate. Muito próximo das eleições, clima esquentou entre os candidatos.

Dia 15: Montenegrinos vão às urnas escolher seus representantes. Gustavo Zanatta é eleito com 39,46% dos votos. Na sequência ficaram, Kadu com 29,30%, Percival com 22,84%, Ricardo Kraemer com 5,30% e Márcio Menezes com 3,11%. Para a Câmara de Vereadores, foram eleitos, por ordem de votação: Paulo Azeredo (PDT), Talis Ferreira (PP), Sergio Souza (PSB), Gustavo Oliveira (PP), Camila Carolina de Oliveira (Republicanos), Ari Müller (PP), Juarez Silva (PTB), Felipe Kinn (MDB), Ana Paula Machado (PTB) e Valdeci Alves de Castro (Republicanos). Recorde, as abstenções na escolha do prefeito atingiram o percentual de 27,02% dos eleitores.

Dia 19: Gustavo Zanatta inicia a escolha de seu secretariado começando pela professora aposentada Cíglia da Silveira para a secretaria de Educação e Cultura. Novos nomes foram sendo anunciados semanalmente até o dia 21 de dezembro, quando a formação foi fechada. Nesse meio tempo, o prefeito eleito enfrentou a desistência de Silvana Schons, sua escolha original para a Saúde. Dois secretários do Governo Kadu estarão no Governo Zanatta: Antônio Filla na Fazenda e Cristina Reinheimer na Saúde.

Dezembro
Dia 10 – Aprovado orçamento do Município para 2021. Valor estimado é de R$ 294,33 milhões, num incremento de 4,49% em relação a 2020.

Dia 17 – Última sessão da atual legislatura da Câmara de Vereadores. Seis vereadores deixam o parlamento: Neri de Mello Pena (PTB) e Joel Kerber (PP) saem do Legislativo após tentarem, sem sucesso, a reeleição. Erico Velten (PDT) e Rose Almeida (PSB) não tentaram novo mandato; e Cristiano Braatz (MDB) e Josi Paz (PSB) concorreram a vice-prefeito, tendo o primeiro vencido junto com Gustavo Zanatta.

Últimas Notícias

Destaques