O vereador eleito Gustavo Oliveira, do Progressistas, foi o terceiro convidado da rodada de entrevistas com o novo grupo que encabeçará o legislativo montenegrino a partir do ano que vem. Advogado, ele é filho do ex-vereador Valmir Airton de Oliveira, que esteve na Câmara entre 1983 e 1992. Já foi secretário-geral e vice-presidente da OAB/RS e recebeu 1.111 votos nas eleições do último dia 15. Ao Ibiá, ele falou mais sobre suas ideias e a relação com os colegas. Confira os principais momentos da conversa:
Jornal Ibiá: O senhor teve uma votação expressiva apesar de, antes das eleições, não ser uma figura tão conhecida na comunidade em geral. Qual foi sua estratégia para conquistar o eleitor montenegrino?
Gustavo Oliveira: Eu tenho uma história, primeiro de família. Meu pai foi vereador de 83 a 92 e eu nasci em 80. Quando foi a campanha, eu tinha dois aninhos e lembro de tudo isso. Eu me formei advogado, hoje tenho dois filhos, e aí chega um momento em que tu pensa ‘olha, como é que está a questão política da nossa cidade?’ Eu não me sentia representado na Câmara de Vereadores. Achava que faltava bastante coisa lá; e a população também falava no mesmo sentido, de que precisava alguém com mais força lá dentro para conseguir melhorar a nossa cidade. Então, a partir dali, eu organizei a minha vida para disputar essas eleições e, desde que me lancei pré-candidato, que eu me filiei ao Progressistas no final de março, eu comecei a fazer minha pré campanha através das redes sociais. Comecei a mostrar aquelas coisas que o vereador faz, o que ele pode, o que não pode; e os projetos que a gente pensou pra cidade.
O senhor fala que não se sentia representado. O que pretende fazer diferente, como vereador, para preencher esse vazio que o senhor sentiu?
Oliveira: É, eu estava vendo que os nossos vereadores estavam só lá, esperando virem projetos para eles analisarem, votarem a favor ou contra, e não fizeram um mandato muito propositivo. Eu pretendo, desde o início, fazer propostas de leis pro nosso Município; e, também, fazer com que aquelas leis que já existem e que não estão sendo aplicadas, serem, efetivamente, aplicadas. Falta isso. E eu falo também na força política, porque a gente vê aqui, na travessia da RSC-287, que é um problema gravíssimo da nossa cidade e, pelo que a gente percebeu nesse mandato que está se encerrando, foi uma briga de vaidades, ao invés de uma união dos políticos para buscar que esse problema fosse resolvido. Como eu sou uma pessoa independente, eu não vivo da política, eu não preciso ficar brigando com ninguém por questões que o outro político vai se beneficiar. Se ele se beneficia e beneficia a comunidade, eu vou apoiar.
Que ensinamentos do seu pai o senhor levará?
Oliveira: O meu pai sempre agiu com muita ética, com muita independência, mesmo quando ele era oposição. É isso que eu penso. Hoje, eu estou numa condição de oposição – o prefeito eleito não foi o do meu partido – mas eu acho que a gente pode ser oposição com responsabilidade; e agir de forma independente, sem precisar ficar fazendo conchavo político; votar naquilo que seja melhor pra nossa comunidade. Isso é o que eu acho mais importante.
O senhor já teve a chance de conversar com o prefeito eleito, Gustavo Zanatta?
Oliveira: Nos encontramos na segunda-feira após as eleições, na rádio, e só parabenizei ele. Não tivemos mais conversa nenhuma.
O senhor abriu um processo seletivo para contratar o seu assessor, o que não é algo muito comum entre os políticos locais. Como se deu isso?
Oliveira: Eu entrei pra Política pra fazer uma coisa diferente, não usual. O usual seria nomear alguém que ajudou na campanha e colocar de assessor, mas, às vezes, essa pessoa que te ajudou na campanha pode não ter a qualificação técnica pra te auxiliar na Câmara. Então, desde o início, eu deixei bem claro a todas as pessoas que queriam me apoiar que não prometia nenhum cargo. Assim, eu abri esse processo seletivo, estabeleci critérios e essas questões vão ser avaliadas em cinco currículos que vão me ser passados para a entrevista pessoal. É uma pessoa que faz recursos humanos e, com ela, nós estabelecemos critérios, e ela me passará os cinco para a entrevista. Mais de trezentos currículos foram entregues.