Crise no HM mobiliza lideranças no Palácio Piratini

Com cortes de R$ 1,3 milhão, unidade opera apenas emergências

A grave situação financeira enfrentada pelo HM Regional levou vereadores, lideranças do Vale do Caí e representantes do Executivo regional ao Palácio Piratini nessa sexta-feira, 6. O encontro, articulado pela Câmara de Vereadores de Montenegro, buscou respostas do Governo do Estado sobre a redução dos repasses ao hospital, que já compromete serviços e ameaça a continuidade de atendimentos essenciais.

A reunião contou com a presença do secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, do prefeito de Montenegro, Gustavo Zanatta, da prefeita de São José do Sul e presidente da AMVARC (Associação dos Municípios do Vale do Rio Caí), Juliane Bender, além dos diretores do HM, Jeferson Alonso dos Santos (executivo) e Felipe Leser (financeiro). A deputada estadual Eliana Bayer também participou das discussões.

Segundo Jeferson Alonso, o hospital – referência em traumatologia e em procedimentos de média e alta complexidade – opera hoje com atendimento restrito a casos de urgência e emergência. Consultas ambulatoriais e cirurgias eletivas foram suspensas após os cortes promovidos pelo programa Assistir, que reduziram os repasses estaduais em R$ 1,3 milhão por mês. Os médicos contratados como pessoa jurídica estão com pagamentos em atraso, e a pressão por leitos cresce com o aumento de casos respiratórios no inverno.

A preocupação com o impacto regional foi reforçada pelo prefeito Zanatta e pelo presidente da Câmara, Talis Ferreira. “O HM não atende só Montenegro. Se houver fechamento de leitos, o sistema regional entra em colapso. Hospitais como os de Sapucaia do Sul e Esteio já operam no limite”, alertou Zanatta.

Embora tenha reconhecido a gravidade do cenário, Artur Lemos descartou a revisão da política estadual de repasses. No entanto, comprometeu-se a apresentar, no início da próxima semana, um plano emergencial para amenizar a crise. Entre as possibilidades, estão a antecipação de verbas e a requalificação de leitos para retomada de parte dos serviços.

A bancada da Câmara esteve representada na reunião pelos vereadores Talis Ferreira, Alemão Baumcar, Percival de Oliveira, Tiago Maratá, Josi Paz, Clau Eberhardt e Fabrícia Souza. O grupo pretende manter articulações junto à Secretaria Estadual da Saúde e buscar apoio na bancada federal para socorrer o hospital.

A AMVARC, por sua vez, estuda a criação de um fundo regional para auxiliar instituições de saúde em situação crítica. Enquanto isso, o Hospital Montenegro mantém apenas os atendimentos essenciais, operando sob risco de novos cortes caso não haja uma resposta efetiva e imediata.

Lideranças políticas uniram forças aos diretores do HM Regional em busca por uma solução. Fotos: ACOM/Câmara de Vereadores

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