Perfis no Instagram e Facebook são novas ferramentas de combate à violência

“EM FRENTE, MULHER”: campanha informa sobre rede de proteção e canais de denúncia

O Comitê Interinstitucional de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher do Rio Grande do Sul lança a marca “Em frente, Mulher”, que se desdobra em perfis no Facebook e no Instagram (@emfrentemulher). Os perfis da campanha se inserem em umas das linhas prioritárias de ação do Comitê, que é levar informação sobre a rede de proteção existente e os canais para denúncia.

A apresentação da marca “Em frente, Mulher”, foi realizada durante uma live, no dia 4. A ação integra a programação dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, (período compreendido entre 25 de novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, até 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos). Participou do evento virtual a ativista Maria da Penha, que dá nome à principal legislação de proteção ao público feminino, no país.

Para a ativista, a violência contra a mulher decorre de um contexto histórico. “Em nosso país, ainda persiste o cenário de debates extensos para explicar aos nossos jovens e crianças por que em mulher não se deve bater, maltratar ou violentar. É terrível haver em nossa sociedade espaços para feminicídios, estupros coletivos, espancamento e toda sorte de violências, agravadas agora pela pandemia da Covid-19. As medidas para reversão desse processo devem ser entendidas para além do âmbito jurídico”, disse Maria da Penha.

Ela lembrou que a lei que leva seu nome está ancorada no tripé de prevenção, punição e erradicação da violência contra mulher, que deve ser trabalhado de forma conjunta, mas com atenção primordial ao primeiro pilar. Para ela, as redes sociais podem ser uma importante ferramenta para levar a todas as mulheres informações como quais os primeiros sinais de uma relação abusiva? Como denunciar? E quais os tipos de violência previstos na lei? “As respostas a essas perguntas podem ser o estímulo que falta para que uma mulher possa romper com o ciclo da violência”, afirmou.

Kaká compartilhando informações com mulheres do projeto Mães da Favela, da Cufa. Foto: Arquivo pessoal Carliane Pinheiro


Informação como arma no combate à violência

Entusiasta de todas as formas de prevenção à violência contra mulheres, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres (Comdim), de Montenegro, Carliane Pinheiro, a Kaká, avalia de forma positiva a novidade que surge com livre acesso a todos. “Todas as campanhas são super válidas para o enfrentamento à violência contra as mulheres, divulgando os canais de acesso e a rede de proteção”.

O trabalho realizado é dia a dia. “Em Montenegro temos uma rede ativa que faz um trabalho árduo, isso faz toda a diferença no enfrentamento. Esse combate tem que ser de toda sociedade para que diminua esses números. Os 16 dias de ativismo super importante para reflexão dando visibilidade a causa”, enfatiza Kaká.

Feminicídios têm queda de 55% em novembro
Embora dados recentes da Secretaria de Segurança Pública do Estado mostrem redução de 55% nos números de feminicídios, no mês de novembro, (em 2019 foram 11 casos, em 2020 foram 5, chegando a sete meses consecutivos em queda), os registros de casos de violência por motivo de gênero ainda são alarmantes.

Somente em 2020, as 23 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deam) já remeteram cerca de 34 mil procedimentos de violência doméstica ao Poder Judiciário e efetuaram mais de 500 prisões de agressores.
A estimativa de subnotificação é de que 90% dos casos de violência contra a mulher não chegam às autoridades. E os 10% que sobram, muitas vezes, podem levar até 20 anos para que a vítima crie coragem de denunciar.

Pandemia trouxe novos canais de denúncia

Para fazer frente à violência doméstica durante a pandemia do novo coronavírus esta, a Polícia Civil Gaúcha lançou dois importantes canais para relatos de agressão: uma delas é a possibilidade de registro da ocorrência na Delegacia Online e a outra é a busca de ajuda via WhatsApp pelo número (51) 98444-0606.

Onde buscar ajuda

Disque-denúncia: 180
Delegacia: (51) 3649-0000 ou plantão
(51) 98416-8115 (também WhatsApp)
Deam: (51) 98443-7970 (também WhatsApp)
Brigada Militar: 190
Escuta Lilás: 0800 541 0803
Comdim: (51) 99609-9049

Últimas Notícias

Destaques